Candidatos comentam respostas dos outros no segundo bloco e sobem o tom no Debate Midiamax

No segundo bloco do Debate Midiamax, os sete candidatos à Prefeitura de Campo Grande fizeram confronto direto com outros candidatos em perguntas comentadas por um terceiro participante. Todos fizeram perguntas na ordem inversa sorteada no primeiro bloco.

As perguntas desse bloco começaram com o candidato Beto Pereira (PSDB), que perguntou para a atual prefeita Adriane Lopes (PP), com comentários feitos pelo candidato Beto Figueiró (Novo).

Beto Pereira (PSDB) escolheu perguntar para Adriane Lopes (PP) sobre os corredores de ônibus e terminais de pré-embarque inacabados.

Adriane Lopes respondeu ao candidato do PSDB lembrando que foi vice-prefeita no município por um mandato e meio. “É bom nos esclarecermos que fui vice-prefeita em duas oportunidades. Quando assumi a gestão de Campo Grande esses terminais já tinham sido construídos”, disse.

Assim, afirmou que pretende finalizar as obras da gestão que começou como vice-prefeita. “Minha opção é terminar a obra que foi começada e depois de terminá-la eu posso discutir o destino daquela obra.”, afirmou. “Eu não posso deixar de concluí-los. A minha responsabilidade é terminá-los”.

Já a candidata Rose Modesto (União) questionou o candidato do PSDB, Beto Pereira, sobre condenações no TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de MS) de quando foi prefeito de Terenos.

“Não podemos passar, faltando menos de duas semanas das eleições sem você comentar suas condenações no TCE. Vi entrevista sua dizendo que é ficha limpa, o fato de você poder ser candidato não tem nada a ver, foi condenado em três processos de quando foi prefeito de Terenos. É ficha suja, é importante que você fale isso”.

À Rose, Beto Pereira não negou as condenações. “Tivemos manifestação do Tribunal Eleitoral garantindo que Beto Pereira é ficha limpa. Concorri em eleições em 2014, 2018 e quando concorro a prefeitura de Campo Grande surge isso. Mas você sabe o que está por trás disso. Uma quadrilha. Uma que também tem um presidente do tribunal de contas que é ex-presidiário, que está aqui hoje indagando minha ficha”, disparou.

Adriane Lopes (PP) questionou Beto Pereira (PSDB) sobre os índices na gestão do tucano em Terenos, quando foi prefeito. A pergunta foi feita logo após o candidato responder sobre contas negadas no TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul).

A candidata do PP citou pesquisa sobre gestão municipal e ranking de diversas áreas nos municípios de MS. “Terenos é uma das últimas cidades nessa avaliação, é esse o modelo de gestão que você quer para Campo Grande?”, questionou.

O candidato do PSDB, Beto Pereira disse para Adriane focar no debate de propostas para Campo Grande e não Terenos. “O que estamos discutindo é o que pode ser feito para a população. Precisamos dar resposta para aqueles que estão esperando pavimentação, resposta para aqueles que pedem o fim da folha secreta, temos a oportunidade. Não leve para Terenos, lá eu fui reeleito com 70% dos votos. Por favor, prefeita, vamos discutir Campo Grande”.

No comentário, a candidata Camila Jara (PT) afirmou que os candidatos Adriane Lopes (PP) e Beto Pereira (PSDB) apresentam “velhos projetos e velhas soluções” que não irão resolver as mazelas da Capital. A deputada federal afirmou que Campo Grande é mediana em vários níveis.Camila disse que está na hora de garantir que as crianças estejam em creches e que haja vagas em postos de saúde. “Não dá mais para aceitar um transporte público que reduza o número de linhas como vem acontecendo”, acusou. “Precisamos de soluções ousadas para os velhos problemas que nos atormentam. Tenho certeza que nós temos as melhores soluções para estes problemas”, afirmou.

A candidata Camila Jara (PT) questionou a prefeita Adriane Lopes (PT) sobre saúde e educação, elencando metas do plano de governo petista. Ela ainda acusou a candidata do Progressista de não ter cumprido nem metade desses objetivos. “Como explica tamanha ineficiência?” questionou a deputada federal. 

Adriane Lopes rebateu questionando sobre o tempo de gestão. “Primeiro que não estou há oito anos, como prefeita estou há dois. Complexo hospitalar é uma solução, onde vamos realizar mais de 15 mil exames ao mês. É uma ampliação que não acontece há 20 anos na nossa cidade”, disse.

Assim, afirmou que educação é prioridade para ela. “Solucionei 50% desse déficit, construí uma sala de aula para Campo Grande a cada 72h na minha gestão nesses dois anos. Nós avançamos com 13 obras abandonadas pelo governo do PT há mais de 20 anos”, disse Adriane.

O candidato Ubirajara Martins (DC) questiona Rose Modesto (União) sobre o que fará para solucionar as mais de sete Emeis que ainda não foram concluídas. 

Em sua resposta, Rose apresentou projetos para a educação e afirmou que Campo Grande já teria como ter concluído as Emeis inacabadas. “Precisamos em média de 30 milhões de reais, com recursos próprios. Temos no orçamento deste ano, daria para ter feito”. 

Assim, continuou explicando como pretende zerar a fila de espera para creches em Campo Grande. “Vai ser nossa prioridade. Concluir as Emeis e colocar 2 mil crianças dentro das Emeis. Vamos buscar bons projetos para concluir as obras e construir novas 10 Emeis. Vamos praticamente zerar fila de crianças fora das Emeis”, pontuou.

Luso Queiroz (PSOL) direcionou sua pergunta ao candidato Ubirajara Martins, do Partido Democracia Cristã (DC).

Luso questionou Ubirajara sobre as falas do também candidato Beto Pereira (PSDB) a respeito de responsabilidade fiscal:

“Beto Pereira fala em toda entrevista sobre responsabilidade fiscal, mas no palanque dele há figuras de grande custo político, como André Puccinelli, Nelsinho Trad e Soraya Thronicke. Como ele vai honrar essas alianças?”, indagou Luso.

Em resposta, Ubirajara Martins (DC) afirmou que Beto Pereira tem o maior fundo eleitoral e que a prefeitura já está “loteada”. “Só dá ele. O povo já está cansado de ver Beto Pereira na televisão”, declarou.

“Quem fala é papagaio realmente, porque falar e não cumprir já faz parte da sua vida” conclui.

O candidato Beto Figueiró (Novo) finalizou o segundo bloco perguntando para Rose Modesto (União Brasil) sobre a dinâmica da política que permite que ela “mude de grupos políticos”. O candidato Luso de Queiroz (Psol) comentou.

A candidata Rose Modesto respondeu dizendo sobre a aliança com partidos. “Minha aliança é com o PDT e nunca fui tão atacada na minha vida”. Rose explica que fez aliança com o PDT. “Quis caminhar comigo e compreendeu que o melhor projeto para Campo Grande é o meu”.

Ainda, aproveitou para alfinetar Figueiró: “Talvez o senhor não me conheça tão bem assim, apesar de eu ter apoiado o Capitão Contar no 2º turno das últimas eleições, as quais o senhor foi vice”. Aproveitou para lamentar a divulgação de fake news que vem sofrendo. “Quem fez e mandou fazer estão aqui. Mas tem alguém que vê tudo, é Deus”, comentou.

Espaço igualitário

O Debate Midiamax acontece com a participação garantida de todos, que é a marca do evento, e confronto direto, com roteiro pensado para oferecer espaço igualitário e máxima liberdade aos candidatos para mostrarem como são, o que pensam e como agem.

O compromisso de todas as candidaturas postas a participar foi firmado no último dia 27 de agosto. O debate multiplataforma do Jornal Midiamax tradicionalmente concentra dezenas de milhares de telespectadores. Na última edição, em 2022, a retenção do público por um longo período foi uma marca do evento. Além disso, contou com a retransmissão de parceiros nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.

Assim, estiveram presentes Rose Modesto (União Brasil), Adriane Lopes (PP), Camila Jara (PT), Beto Figueiró (Novo), Luso de Queiroz (Psol), Ubirajara Martins (DC) e Beto Pereira (PSDB).

O Debate Midiamax das Eleições de 2024 é mediado pela jornalista Cristina Serra. A profissional tem mais de 40 anos de carreira comanda os quatro blocos do confronto.

Confira o debate na íntegra: