A audiência pública realizada nesta quinta-feira (29) na Assembleia Legislativa sobre a reforma e utilidade do Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, defendeu que a titularidade do estádio seja transferido para o Governo do Estado. O encontro discutiu a reforma em andamento e soluções de médio e longo prazos, como a possibilidade de concessão na modalidade parceria público-privada.

O Morenão, maior estádio universitário da América Latina, está localizado no campus da UFMS em Campo Grande. Por integrar a estrutura de uma instituição federal, o estádio é de responsabilidade do Governo Federal. Para a adoção de medidas debatidas durante a audiência, com destaque a uma eventual firmação de uma parceria público-privada, é preciso que a titularidade do Morenão passe para o Governo Estadual.

Ao final da audiência, que foi presidida pelo deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD), ficou acordada a realização de pleito nesse sentido, com a participação da bancada federal.

Comissão

Também deve ser criada uma comissão para acompanhar as obras do Morenão. A comissão será formada por representantes da ALEMS, do Governo do Estado, dos clubes de futebol, da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul), da imprensa e da torcida. Esse grupo deverá se reunir a cada dois meses para discutir e avaliar o andamento das obras.

Reforma

A reforma do Morenão teve início em meados de 2022. O investimento, de R$ 9.404.942,70, corresponde a termo de fomento firmado em outubro de 2021 entre o Governo do Estado e a UFMS. A responsabilidade dos trabalhos é da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura). 

As obras abrangem duas etapas: infraestrutura; e banheiros e vestiários. As entregas seriam, respectivamente, até 12 meses após a contratação e em novembro de 2023. Os serviços começaram pelo banheiro e vestiário, o que já foi concluído.

Estádio nunca havia passado por reforma

De acordo com a diretora-presidente da Fapec, Nilde Brum, essa etapa está sob análise da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). Com a aprovação, a Fatec faz a entrega definitiva para a UFMS. A outra fase, que está no processo de orçamentação, pode demorar mais um ano para ser finalizada, segundo estimou Nilde Brum. 

A presidente da Fatec afirmou que, na próxima semana, deve ter o retorno da empresa que faz a orçamentação. “A empresa tem prazo e a previsão é que, na semana que vem, tenhamos esse orçamento nas mãos”, disse. O orçamento será enviado para análise e aprovação da Agesul. Depois dessa fase, tem início o processo de licitação. 

O atraso se deve, de acordo com a presidente da Fapec, a muitos problemas encontrados durante as obras. “O Morenão tem 52 anos e nunca havia antes passado por reforma”, justificou Nilde Brum. Conforme cronologia relativa ao Morenão, destacam-se os seguintes eventos:

  • interdição do estádio pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) em 2014;
  • realização de obras de adequação para reabertura parcial em 2016;
  • entrega do estádio ao torcedor, com capacidade limitada, em 2017;
  • novas obras emergenciais para o Campeonato Estadual em 2020;
  • termo de reforma entre o Governo do Estado e a UFMS em 2021.

“Já podemos começar a pensar, desde agora, um modelo de concessão, uma parceria público-privada, para termos uma arena multiuso de padrão internacional que dê visibilidade ao esporte do Mato Grosso do Sul”, propôs Pedro Pedrossian Neto.

Audiência 

Também participaram da audiência: o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo Filho; o secretário de Estado, Turismo, Esporte, Cultura, Marcelo Ferreira Miranda; o promotor de Justiça, Luiz Eduardo Lemos de Almeida; o pró-reitor de Administração e Infraestrutura da UFMS, Prof. Augusto Cesar Portella Malheiros; o vereador de Campo Grande, Otávio Trad (PSD); o diretor-presidente da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), Herculano Borges; entre outras autoridades e pessoas ligadas ao esporte.