Psol pede investigação do MPMS após Catan exibir livro de Hitler durante sessão na Alems
Por outro lado, deputado afirma que teve fala distorcida e que ‘repugnou o que Hitler fez’
Gabriel Neves –
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O Diretório Estadual do Psol encaminhou representação ao MPMS (Ministério Público Estadual) contra o deputado estadual João Henrique Catan (PL), por exibir um livro do ditador Adolf Hitler na tribuna da Alems (Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul).
O episódio ocorreu na última terça-feira (7), durante sessão na Alems. Durante sua fala, Catan retirou o livro de uma sacola e o mostrou para os presentes.
De acordo com o partido que entrou com o pedido de investigação, o ato do deputado legitimou “um dos maiores símbolos da existência de uma ideologia que culminou nos horrores da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto”.
Além disso, o partido afirma que Catan feriu “princípios constitucionais do Estado Democrático de Direito e a dignidade do cargo”.
Vale lembrar que Catan afirmou que houve a distorção do seu discurso na internet. Segundo o Psol, o contexto “não diminui a gravidade do ato”.
A presidente do Psol, Margila Leal, afirmou que o partido na luta pela defesa da democracia e contra qualquer posição ou movimento autoritário e que pregue ideologias preconceituosas, racistas e fascistas.
“É dever de todo partido democrático e, portanto, de todas as lideranças partidárias, se manifestar contra atitudes como a do Deputado João Henrique”, afirmou.
‘Repugnei o que Hitler fez’, diz Catan
Anteriormente, João Henrique Catan disse que não exaltou o livro do ditador alemão Adolf Hitler, “Minha Luta”, durante discurso na sessão da Alems.
Ao Jornal Midiamax, ele disse que se produziu “fake news” em cima do seu discurso. Catan garante ter utilizado a obra como referência a uma suposta falta de independência do Legislativo em relação ao Executivo.
“Minha fala é antagônica. Eu mostrei que o Parlamento alemão após a vitória dos Aliados na Segunda Guerra [Mundial] assumiu o protagonismo do país”, explicou o parlamentar.
“Mostrar o livro, uma forma de chamar atenção e eu expliquei sobre o Governo do Estado, e esse é o ponto mais importante da minha fala, essa é a comparação, eu disse que essa construção maciça da base de apoio do Governo aqui, que inclusive o PT, nunca caminhou com o PSDB, isso está ateando fogo nas funções deste parlamento”, finalizou.
Ato não agradou parlamentares
O ato de Catan não agradou colegas de casa, que consideram a ação como “infeliz e inadequada”. Outros consideram a comparação entre Hitler e o Governo do estado como “descabida”.
Assim, o presidente da Alems, deputado estadual Gerson Claro (PP), esclareceu que a Casa ‘não se pautará por espetáculos’, após a repercussão negativa nas redes sociais envolvendo a fala de Catan.
“De fato, nós participamos de uma sessão onde houve manifestações que nós consideramos infelizes e inadequadas, especialmente pela utilização de um livro que relembra uma história da humanidade que nos entristece e não é motivo de manifestação em qualquer casa de Democracia no mundo”, disse.
“Porém, qualquer denúncia de possível irregularidade no que tange as declarações do parlamentar, serão apuradas pela corregedoria ou pela comissão de ética que é competente para instauração de processo disciplinar nos termos previstos nos códigos de ética e no regimento interno dessa Casa”, complementou Claro.
A deputada estadual de Mato Grosso do Sul e presidente da CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), Mara Caseiro (PSDB), disse considerar a comparação do parlamentar como ‘descabida’.
“Estamos no início de um governo totalmente democrático e que tem o objetivo de trazer o desenvolvimento para Mato Grosso do Sul”, defendeu a tucana.
Por fim, Mara considerou a comparação exagerada. Sobre a Casa instaurar uma representação após o uso do livro na tribuna, a deputada acredita que é algo que deve ser analisado.
“Entendo que o deputado tem sua competência de colocar seu pensamento e ponto de vista. Tem que ser analisado, foi um posicionamento dele e acho que ele deve fazer uma autorreflexão. Mas é claro que o plenário dá essa condição de manifestação. Desde que respeite o outro”, finalizou.
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