Prefeitura extrapola limite de gastos e Câmara destaca ‘preocupação’ com reajustes a servidores
Situação dificulta poder de negociação do Executivo com servidores em busca do reajuste salarial
Anna Gomes –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A Prefeitura de Campo Grande pode enfrentar dificuldades na negociação de reajustes salariais aos servidores, considerando que compromete 57,02% da receita corrente líquida com pessoal, extrapolando o limite máximo de gastos, que é de 51%.
Os dados foram apresentados pela secretária municipal de Finanças e Planejamento, Márcia Helena Hokama, durante Audiência Pública na manhã do último dia 24 de fevereiro, na Câmara Municipal. O encontro foi realizado para a chefe da pasta detalhar as contas referentes ao último quadrimestre do exercício financeiro de 2022.
A Comissão Permanente de Finanças e Orçamento da Casa de Leis diz que reunião com a secretária foi resultado de números já conhecidos pelos vereadores. O encontro para mostrar o relatório detalhado acontece a cada quatro meses. O colegiado destaca que a maior preocupação é o gasto com folha passando do limite prudencial, o que pode tirar o potencial de investimento.
Atualmente, conforme a secretária, de janeiro a dezembro de 2022, o Executivo empenhou R$ 2,5 bilhões para garantir o salário dos servidores ativos e inativos. A comissão é composta pelos vereadores Betinho (presidente), do Republicanos, Papy (vice-presidente), da Solidariedade, Ademir Santana (PSDB), Luiza Ribeiro (PT) e Ronilço Guerreiro (Podemos).
Para o presidente, Betinho, a prefeita está exonerando servidores comissionados desde o começo do ano com a intenção de atender às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal.
“A prefeita Adriane Lopes deu início a uma reforma para atender às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal e iniciou exonerações a partir de janeiro de 2023. No entanto, só vamos começar a perceber a diferença dessas medidas a partir do fim deste quadrimestre. Até lá, na condição de presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, vou seguir acompanhando as ações do Executivo e cumprindo o papel de legislador, que é o de fiscalizar o trabalho da gestão”, explicou Betinho.
Papy também demonstra preocupação com o gasto da folha. O vereador destaca que o problema é antigo, mas que Adriane precisa melhorar a arrecadação.
“Os números apresentados não tinham inconsistência. O que a gente tem de mais grave dentro da receita corrente líquida é um limite prudencial acima. A gente está em 57% enquanto o limite é de 54% de comprometimento com a folha. A gente cobrou a secretária nas atitudes que a prefeitura tem que tomar para poder reestabelecer a saúde econômica do município. Vale ressaltar que isso vem se arrastando desde 2012. Quando a Adriane assumiu a prefeitura estava em 59% do comprometimento do limite prudencial e agora já conseguiu jogar para 57%. No primeiro ano, a prefeita conseguiu fazer algumas economias, mas precisa melhorar arrecadação. As questões na prática foram cobradas. Em questão numérica, daquilo que foi apresentado no quadrimestre é um relatório que já apareceu todos os meses. Os números conferem e não tem inconsistência. Ao contrário, a secretária trouxe um quadro real e até crítico do poder de investimento do município”, disse o vice-presidente da comissão.
Greves no primeiro ano de gestão
Em menos de um ano de sua gestão, prefeita já enfrenta a segunda paralisação de servidores municipais. Nesta manhã de segunda-feira (27), técnicos de enfermagem e enfermeiros entraram em greve e parte do efetivo deixou os postos em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e unidades de saúde. A categoria reivindica adicional de insalubridade, enquadramento no Plano de Cargos e Carreira da categoria e implementação do piso nacional.
No início de dezembro, a prefeita também enfrentou uma greve: a dos professores municipais. Neste caso, a categoria recusou proposta apresentada pela prefeita e aderiu à paralisação em meio a críticas sobre falta de diálogo com a gestão municipal. O Executivo chegou a ingressar com ação na Justiça para barrar a greve e a situação só foi contornada dois meses depois, com acordo sobre inclusão de verba indenizatória – não incide sobre salário-base – de 10,39%.
Ainda assim, a ‘solução’ encontrada por Adriane Lopes é vista como frágil, uma vez que os professores cobram que o aumento salarial seja incorporado ao salário-base, para dessa forma incidir sobre contribuição previdenciária, por exemplo.
Dessa forma, a ‘bomba-relógio’ pode estourar em breve, já que a Comissão de Educação da Câmara já adiantou que irá buscar diálogo com o município para que a reivindicação dos professores seja cumprida.
Notícias mais lidas agora
- ‘Tenho como provar’: nora vem a público e escreve carta aberta para sogra excluída de casamento em MS
- Adolescente é encontrada em estado de choque após ser agredida com socos e mordidas e pais são presos
- Homem incendeia casa com duas crianças dentro por disputa de terreno em MS: ‘Vou matar vocês’
- Mais água? Inmet renova alerta para chuvas de 100 milímetros em Mato Grosso do Sul
Últimas Notícias
PF realiza operação contra crimes de abuso sexual infantil em Campo Grande
Mandado de busca e apreensão foi cumprido em Campo Grande
Orçamento terá bloqueio em torno de R$ 5 bilhões, diz ministro
Número foi passado pela Casa Civil na reunião da Junta de Execução Orçamentária
Internacional vence o Vasco em São Januário e chega a 15 jogos de invencibilidade no Brasileiro
Vasco voltou a perder diante do seu torcedor em São Januário
Luan Santana revela nome da primeira filha com Jade Magalhães
Anúncio foi feito durante participação no “PodPah” desta quinta-feira (21)
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.