‘Há uma proximidade do crime com a política’, diz Geraldo Resende sobre novidades do caso Marielle
Deputado federal disse que houve omissão do governo de Bolsonaro nas investigações
Dândara Genelhú –
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Após cinco anos, as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco podem apontar que ‘há uma proximidade do crime com a política’. O apontamento é do deputado federal por Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende (PSDB).
Segundo ele, a prisão de um dos envolvidos e a repercussão do caso nos veículos de comunicação podem levar a “ver que infelizmente no Rio há uma proximidade muito grande do crime organizado com a política e com os defensores da política praticada pela extrema direita”.
O parlamentar criticou as investigações dos últimos quatro anos, em que a Polícia Federal estava sob comando do governo de Jair Bolsonaro (PL). “O governo passado a gente sabia muito bem que ele com, até uma omissão deliberada das autoridades, nesses últimos quatro anos foi até uma omissão deliberada”, disse.
Assim, afirmou que os andamentos se devem à atual gestão. “Quando se federalizou, o governo atual federalizou e passou as investigações para a competência da Polícia Federal, em pouco tempo houve a delação premiada, prisão de uma pessoa que pactuou nesse processo, desse crime bárbaro”, apontou.
‘Todos os viés’
Para o deputado, as investigações possuem agora todos os pontos necessários para elucidação do crime. “Acredito que agora tem todos os viés para que a gente possa descobrir os verdadeiros mandantes desse brutal assassinato que basicamente aumentou a imagem negativa do Brasil no mundo afora”.
Resende comentou que o crime ‘pairou’ sobre o país durante esses anos. “Nós precisamos torcer para que tirem essa coisa que ficou pairando sobre o nosso país e no mundo todo, a tragédia que vitimou a nossa Marielle Franco e seu motorista Anderson Santos”, afirmou.
Por fim, acredita que existem recursos para prender os autores do crime “Temos todos os caminhos para poder verificar e com muito rigor, prender aqueles que colaboraram, aqueles que foram os idealizadores, executores e quem contratou esses assassinatos”.
Então, espera que “haja uma punição exemplar, que crimes como esse não venham a acontecer frequentemente aqui no Brasil”.
A reportagem acionou a bancada federal de Mato Grosso do Sul sobre as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Além das expectativas das apurações, foi questionado como enxergam o andamento da investigação com o novo governo e após cinco anos do crime.
Operação
Em 16 de fevereiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou novas ações nas investigações do caso da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Ele informou que a apuração contaria com parceria entre a PF (Polícia Federal) e o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
Assim, a Operação Élpis aconteceu na segunda-feira (24) e prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel. Ele teria monitorado os passos de Marielle desde 2017.
A ação aconteceu no Rio de Janeiro, deflagrada pela PF, FT-MA (Força Tarefa Marielle e Anderson), e o Gaeco-MPRJ(Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro).
Nos últimos quatro anos, as investigações do caso Marielle caminharam devagar. Durante o período, a Polícia Federal estava sob comando do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Os assassinatos ocorreram em 14 de março de 2018, por volta das 21h30. Marielle e Anderson foram mortos em um carro, na rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na região central do Rio de Janeiro.
Eles foram atingidos por diversos disparos e a assessora da vereadora também estava no veículo, mas sobreviveu aos ferimentos.
Vale lembrar também que o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 51 anos, está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, desde dezembro de 2020. Ele é suspeito no caso do assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
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