Grupo de mulheres protesta contra fala machista de vereador em sessão na Câmara de Terenos
Caso de fala machista ocorreu após vereadora criticar prefeitura e pedir melhoria em vias do município e ser rebatida por presidente
Gabriel Neves, Dândara Genelhú –
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Dezenas de mulheres se manifestaram contra o presidente da Câmara de Terrenos, vereador Marcos Campos (PSDB), durante sessão realizada nesta segunda (20). O grupo protestou contra falas consideradas machistas do presidente contra a vereadora Lucilha de Almeida (PP).
As falas ocorreram durante outra sessão realizada na semana passada. Na ocasião, o vereador proferiu comentário machista após reivindicação da vereadora em relação à obras no município
Durante sua fala, na sessão em que o episódio ocorreu, Lucilha de Almeida destacou buracos e poças encontradas no município de Terenos. “Eu não acredito que essa gestão vá tomar alguma providência com tanta extensão de área rural, não consigo entender”, comentou.
O presidente Marcos Campos rebateu a fala da parlamentar afirmando que o “disco estava furado”. Ele ainda criticou a parlamentar por fazer a cobrança diversas vezes.
“Toda semana a mesma conversa, toda semana a mesma coisa. Acho que a gente tem que ter um pouco de paciência também, as máquinas que o município tem podem não ser o suficiente, mas elas estão trabalhando”, disse o vereador.
Assim a vereadora pediu aparte para rebater o presidente. Por fim, Marcos Campos disse que deixaria a vereadora falar “por elegância” a ainda afirmou imaginar que a mesma já tinha tomado um “chazinho” para se acalmar.
Protesto contra fala machista
O episódio repercutiu mal no município e nas redes sociais. Por conta disso, um grupo com cerca de 40 mulheres compareceram na sessão realizada na segunda-feira (20) para protestar e apoiar Lucilha.
A vereador afirmou ter se sentido chateada com a fala de Marcos Campos e afirmou que apenas cumpria seu dever como vereadora ao cobrar o Executivo Municipal.
“Fiquei realmente muito chateada e não gostei, me senti mal quando cheguei em casa, na fala de eu ter um minuto na parte, como resposta, se os direitos são iguais”, disse.
“Realmente me senti mal, me senti menor, porque eu ‘tô’ aqui e os direitos são iguais. Estou para o debate, para irmos para o embate, irmos para o enfrentamento, não tem problema. Porque eu sou mulher e dou corajosa, não vou arredar um pé daqui se não for para lutar pelo meu povo”, finalizou.
Com canecas em mãos, as mulheres que protestavam no local pretendiam ‘presentear’ o presente com o copo, em referência ao termo “chazinho”.
Campos ignorou os protestos e a fala de Lucilha relembrando o episódio anterior. Por fim, o presidente encerrou a cessão sem comentar o episódio e recusou as canecas.
A reportagem tentou contato com o vereador Marcos Campos (PSDB) via celular e por meio da Câmara Municipal, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
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