O vereador Tiago Vargas (PSD) usou o microfone da Câmara de Campo Grande nesta terça-feira (8) para reclamar e chamar o candidato Pedro Pedrossian Neto, do PSD, de ‘mimado’. “Ele não tem voto, é um playboy mimado”, disparou, após saber que Pedrossian ingressou como terceiro interessado em ação que contesta a decisão que barrou a posse dele como deputado na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul).

Vargas alega que o correligionário, que é seu suplente, está interessado em ficar com a sua vaga na Assembleia. “Eu tive mais de 18 mil votos. Ele teve 15 mil. Usou mais de R$ 400 mil do fundo partidário. Eu não usei nada e fui eleito, ele não”, disparou.

Para Vargas, há uma possível manobra do PSD para que Pedrossian assuma a vaga. “Eu tentei deixar o partido para disputar as eleições pelo PL, mas não deixaram. Falara que eu era peça fundamental para o partido. Pediram para eu ficar. E agora que era para o meu partido estar me apoiando, está fazendo isso? Não me sinto contemplado pelo PSD”, disse.

O vereador acusou o partido de não apoiá-lo juridicamente para conseguir manter a vaga, conquistada no voto. “Ao invés do partido me ajudar, até agora não me ligaram para perguntar se eu preciso de amparo. E agora ainda está me atrapalhando ao invés de me ajudar. Querem pegar a minha vaga no tapetão, mas eu vou recorrer até as últimas instâncias”.

Presidente da Casa, Carlão (PSB) afirmou que Vargas tem o apoio da Câmara. “Colocamos o jurídico da Câmara, com especialista nessa área, a sua disposição. Se vossa excelência não podia concorrer, o partido não devia ter deixado. Agora querem tomar a vaga? Vossa excelência tem o apoio da Mesa para ser diplomado e empossado”, finalizou Carlão.

Decisão do TJMS

No último dia 31 de outubro, o vice-presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desembargador Sideni Soncini Pimentel, suspendeu a decisão que concedeu direito de mandato de deputado estadual a Tiago Vargas (PSD).

O vice-presidente destacou que o pedido que possibilita Tiago de assumir a vaga na Assembleia foi negado duas vezes antes de ser aprovado. “Realmente indeferido por duas vezes, em primeiro e segundo graus”.

Assim, lembrou que a alegação de que o direito dele era plausível ‘limitou-se a reafirmar que os processos administrativos decorrem de perseguição em razão da exposição de seus pensamentos políticos’.

O desembargador concedeu “efeito suspensivo ao presente recurso especial para que fique suspensa a tutela de urgência concedida no acórdão ora recorrido”. Além de pedir que fossem “restabelecidos os efeitos da decisão negatória dos autos do processo de primeiro grau respectivo”.

Ou seja, o atual vereador de Campo Grande não terá a pena de demissão em processo administrativo da Polícia Civil suspensa. Então, Tiago deve ser impedido de assumir a vaga na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) e, neste cenário, quem retorna ao cargo é Pedro Pedrossian Neto (PSD). No entanto, Vargas recorre da decisão.