Vereadores de Campo Grande repudiam homofobia em vacinação e vítima quer identificar agressora

Profissional atacado registrou boletim de ocorrência junto à Polícia Civil

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Gustavo durante sessão na Câmara Municipal de Campo Grande
Gustavo durante sessão na Câmara Municipal de Campo Grande

Durante sessão na Câmara Municipal de Campo Grande na manhã desta terça-feira (24), vereadores manifestaram repúdio aos atos de homofobia praticados no final de semana contra o cirurgião-dentista Gustavo dos Santos Lima, de 27 anos, que trabalhava auxiliando na vacinação nas dependências do Pavilhão Albano Franco.

Na ocasião, uma mulher impediu que a filha fosse vacinada pelo profissional e ainda promoveu ofensas de caráter homofóbico. Em seu discurso, o vereador Valdir Gomes (PSD) apresentou uma moção de repúdio e disse que a conduta é inadmissível. “Isso não existe, ela deveria ser presa […] e se ela for em outro lugar, ela vai fazer de novo, porque tem gay. Onde for ela vai causar dano à sociedade”, disse.

Gustavo estava na Câmara e acompanhou o manifesto dos vereadores. O rapaz explicou que ainda está abalado com o ocorrido, mas que as palavras de apoio recebidas desde então têm o ajudado a se sentir melhor. Ele registrou boletim de ocorrência junto à Polícia Civil e agora espera que a responsável seja identificada e punida. A identidade dela ainda não foi confirmada, uma vez que as imagens das câmeras de segurança colhidas até o momento não estavam nítidas o bastante. 

“Muito importante receber todo apoio que estou recebendo, não é fácil passar por uma situação como essa. Sou muito grato e acho importante discutir isso, pela representatividade, que as pessoas entendam que elas não podem sair falando ou agredindo seja por qualquer motivo”, disse o profissional. Ainda nesta terça-feira, Gustavo deve se reunir com a direção da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) em busca de apoio, a fim de garantir que haja investigação contra a agressora.

Apoios

O vereador Professor Juari (PSDB) disse que vai acionar a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) para uma apuração mais detalhada. “Não se admite, é um crime. Vou entrar em contato com a Sejusp. Parece que estamos vivendo a idade média, um retrocesso”, lamentou. “Isso que aconteceu, dói muito, porque eu sou professor, a gente ouve que alunos reclamam sobre falas no grupo, que incomodam quem está ali”, afirmou Ronilço Guerreiro (Podemos).

Por sua vez, Carlão (PSB), presidente da Casa de Leis, disse que o respeito mútuo deve imperar. “Nos pautamos em respeitar as diferenças e a forma de ser feliz de cada um”, afirmou. Beto Avelar (PSD) considerou o ocorrido como o “fim do mundo”. “Eu tenho filho que é homossexual, ele é o mais amoroso comigo e com a minha mãe. É aquela pessoa que passa na casa da minha mãe, pra saber como ela está. Nunca tive problema com a opção sexual, com as maldades do mundo, meu filho é tão digno quanto você. Esse é o fim do mundo pra mim”.

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