Após o Governo do Estado publicar uma série de medidas severas para frear o avanço do coronavírus, prefeitos de dividem opiniões. De acordo com o vice-presidente da (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), André Nezzi, boa parte dos prefeitos não concordam em aderir ao toque de recolher das 20h às 5h.

Apesar da divergência entre prefeitos, no caso de decreto estadual mais rígido, como ocorre hoje em Mato Grosso do Sul, os prefeitos não têm escolha em seguir ou não às regras. A determinação estadual, neste caso, se sobrepõe a decretos municipais. 

O período de proibição da circulação de pessoas foi definido em decreto publicado nesta quarta-feira (10). Além desta medida, o Governo decretou que aos fins de semana, serviços não-essenciais, como o comércio e shoppings, só podem funcionar até as 16 horas. Todas medidas começam a valer no próximo domingo, dia 14 de março.

Assim, ao Jornal Midiamax, o vice-presidente afirma que “a discussão [sobre o decreto] está inclusive no grupo dos prefeitos”. Então, ele destaca que há divergências entre os posicionamentos dos gestores municipais. “Fomos pegos de surpresa”, comenta.

Apesar disto, alguns “defendem as medidas, principalmente onde existem hospitais”. O representante da Assomasul diz que gestores de municípios que estão com lotação máxima de pacientes com Covid-19 já se prontificaram em apoiar o decreto estadual.

Entretanto, “existem outros prefeitos, que já disseram que não vai seguir”. André não citou nomes, mas afirma que são municípios que se destacam pelo comércio e turismo.

Gestão municipal

O vice-presidente da Assomasul é de Caarapó e se posicionou como gestor municipal também. Ele acredita que “não vai resolver muita coisa” as medidas instauradas pelo Governo do Estado. 

André diz que se “mudar de 22h para 20h [o toque de recolher], os prefeitos acham que não que vai ter um resultado efetivo”. Assim, ele destaca que haverá dois problemas para as gestões municipais. “Não vai evitar a propagação da doença e o comércio noturno vai sofrer as consequências financeiras”.

A única certeza até o momento é que “ainda não tem um consenso” entre os prefeitos. No entanto, André aposta que “alguns até não concordando vão ter que seguir o Estado, porque senão quando acontecer algo ruim sobra para o prefeito”.