Zelia Bonfim, então secretária de Assistência Social e Políticas para Mulheres e vice-prefeita de Bataguassu, 335 quilômetros de Campo Grande, comunicou em sua conta no o pedido de demissão do cargo no primeiro escalão. O anúncio ocorre em meio às investigações instauradas pela Câmara Municipal em relação à gestão de saúde daquela cidade.

“Passado quatro meses, constantei por várias oportunidades que Bataguassu não vem sendo administrado pelo prefeito que escolhi para apoiar e auxiliar e sim por pessoas não eleitas democraticamente e nomeadas em cargos estratégicos, sem lastros com nossa cidade”, aponta em seu texto.

Sem apontar nomes ou fatos, a ex-secretária diz que tais pessoas não ‘demonstram compromisso com nossa população, fugindo dos ideias e propósitos' do pleito eleitoral. Zellia afirma que tentou reverter o quadro, mas não foi atendida. 

Em nota, o prefeito Akira Otsubo (MDB) informou que recebeu com ‘pesar' o pedido de exoneração de Zélia, que alegou motivos pessoais para tomar a decisão. “A nossa vice prefeita vinha desenvolvendo um excelente trabalho na pasta, especialmente junto aos mais necessitados”. Reforçou que a agora ex-secretária mantém-se ‘normalmente no cargo de vice-prefeita, atuando junto a administração municipal'.

“Zélia é uma pessoa de extrema competência e muito querida por todos nós. Seu trabalho como vice-prefeita continua normalmente, nos auxiliando no projeto de progresso e humanização que juntos definimos para Bataguassu”, ressaltou o prefeito.

CPI 
Em abril, a Câmara Municipal de Bataguassu aprovou abertura de CPI que vai apurar eventuais irregularidades na gestão de saúde públoca. O colegiado é resultado das denúncias apresentadas em relatório de uma comissão especial que foi criada anteriormente.

Segundo notificado, em 11 de janeiro, uma mulher grávida perdeu o bebê após não ter sido atendida por um ginecologista no pronto-socorro da Santa Casa de Bataguassu. O caso foi revelado duas semanas depois pelo jornal Cenário MS. Uma semana depois, um bebê morreu após não ter assistência pediátrica no mesmo .

Em depoimento à comissão especial, o então secretário municipal de Saúde afirmou que as mortes não ocorreram por falta de pessoal, mas por má conduta médica. Ainda conforme o relatório, as famílias da vítimas rebateram o secretário nas redes sociais, o que enseja mais esclarecimentos.

Também foi constatado que o hospital contratou médicos sem registro junto ao CRM/MS (Conselho Regional de Medicina). Outro fato apontado é que o sistema de saúde estaria sofrendo com influência de terceiros.

*Matéria atualizada às 9h26 para acréscimo de informação