Durante discussão na Câmara Municipal de Campo Grande sobre flexibilização de regras de isolamento devido à pandemia de coronavírus, o vereador Wellington de Oliveira (PSDB) afirmou que ‘não há marido que aguente mulher sem fazer sobrancelha, unha e cabelo’, ao defender que todos os serviços são essenciais, como os prestados por salões de beleza, portanto, deveriam estar abertos.

Já no fim da sessão desta terça-feira (7), divulgada e disponível no Facebook da Casa de Leis, o parlamentar quis dizer que todos os estabelecimentos que permanecem fechados para contenção da doença são essenciais, porque há pessoas que precisam dos serviços. “Salão é importante. Imagina, a mulher sem fazer sobrancelha, cabelo, unha, não tem marido nesse mundo que vai aguentar, tem que tratar da autoestima”.

Prosseguiu reconhecendo que ‘a questão não é essa’. Para o parlamentar, são necessárias novas regras porque o cenário mudou, mas as restrições continuam como no início da pandemia. “Tudo na sociedade é essencial senão, não precisaria existir. O ‘bicicletero’ é essencial, porque alguém precisa arrumar a bicicleta”.

Wellington ainda exemplificou, na sua visão, o motivo pelo qual igrejas devem ser reabertas. “Porque se a pessoa quisesse matar a mulher e os filhos, ele vai e bate na igreja, está fechada. Daí ele fala ‘é um aviso de Deus para eu voltar lá e matar’. Então igreja é essencial, tem que criar mecanismos novos para que a igreja funcione”.

Na sessão de hoje, que continua com limitações quanto ao público e imprensa, os parlamentares falaram sobre flexibilização de medidas de isolamento. A maioria defende que a retomada tem de ser gradativa.

A OMS (Organização Mundial de Saúde), em recomendação mais recente, afirmou que a suspensão do isolamento tem de ser gradual e cuidadosa. Deve-se, ainda, levar em consideração ocupação de leitos hospitalares e o ritmo de crescimento de casos.

Mato Grosso do Sul chegou nesta terça-feira a 80 casos confirmados de Covid-19 e o é segundo Estado brasileiro que mais desrespeita normas impostas para controlar a disseminação da doença.