Candidatos à prefeitura de nestas eleições comentaram indícios de corrupção apontados em documentos da , da Polícia Federal, que investiga pagamento de propina a agentes políticos a partir de contratos de limpeza pública e

Reportagem do Jornal Midiamax mostrou flagrantes de Márcio Iunes, irmão do prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (), em viagens a Campo Grande e reuniões na casa dele que seriam, segundo as investigações, “coleta e distribuição” de propina paga pela gráfica Solux, de Campo Grande, contratada pela prefeitura corumbaense.

Candidato pelo MDB, Paulo Duarte diz que os indícios “desgastam a imagem da cidade”. “É lamentável que Corumbá esteja sistematicamente nas páginas policiais. A Polícia Federal não faz nada sem base, sem sustentação, então, é muito grave e é vergonhoso”, completou.

Elano (PSL) afirma que “toda a população de Corumbá já tem consciência que nossa cidade está sendo assaltada, não de agora”. Ainda conforme ele, “a administração da cidade é submissa a um mecanismo corrompido, nocivo e na contramão do desenvolvimento”.

Já Dr. Gabriel (PSD) lembra que a operação tem origem na CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), contrapartida paga por mineradoras à União e repassada a estados e ao município sede pela exploração de recursos minerais.

“Foi alvo de cobrança nossa na Câmara de Corumbá. Esse fato envergonha a cidade, mas é bom para alertar a população sobre o que vinha acontecendo na prefeitura”, continua o candidato.

Operação Offset

Segundo documentos da Operação Offset, deflagrada em 6 de outubro com mandados em Corumbá e Campo Grande, o irmão do prefeito Marcelo Iunes – candidato à reeleição – viajaria para a Capital sempre em datas que coincidem com os pagamentos da prefeitura e com saques nas contas da gráfica Solux.

Além disso, a Polícia Federal flagrou um dos encontros de Márcio Iunes com Alexandre Frozino, apontado no inquérito como verdadeiro dono da empresa. Em Corumbá, os policiais monitoraram uma das reuniões na casa do irmão de Marcelo Iunes que serviram, segundo investigações, para “dividir” a propina.

O secretário municipal de Obras Ricardo Campos Ametlla, bem como o ex-secretário de Segurança Pública Edson Panes de Oliveira Filho também são investigados na Offset.

A Solux foi alvo e até nomeou a operação, pois desde 2017 firmou contratos que somam R$ 7,5 milhões com a prefeitura de Corumbá. Os serviços prestados incluíam até limpeza de cemitérios. Pelo menos R$ 2,2 milhões pagos à gráfica saíram da CFEM.