Movimentos de direita organizam manifestação para o próximo dia 15 de março, com o intuito de fortalecer o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o Congresso Nacional. Em Campo Grande, a previsão é que pelo menos três mil pessoas saiam às ruas. O chamamento vem sendo feito pela direita em todo o País e chegou a gerar polêmica com suposto compartilhamento pelo presidente de vídeo convidando as pessoas a participarem.

“A expectativa está muito alta em cima dessa manifestação por se tratar de momento crucial onde o Congresso Nacional está tentando aí de certa forma  diminuir o poder do presidente Bolsonaro eleito pela maioria das pessoas”, afirma Rafael Tavares, ativista de direita e um dos organizadores do movimento no Estado.

Representante do Movimento Endireita Campo Grande, ele afirma que o protesto não será vinculado a nenhum partido. “A gente vai unir os movimentos de direita da idade e fazer um movimento em conjunto”, explicou. Na próxima semana, os organizadores irão se reunir para definir quais serão as estratégias, se haverá carreata, passeata, buzinaço ou o tradicional ponto de encontro na Avenida Afonso Pena. O horário também ainda não foi confirmado.

Organizadora do Movimento Pátria Livre em MS, Sirlei Ratier explicou que todos os grupos de rua estarão unidos. “Já estamos com as licenças em mãos”, afirmou, sugerindo que o evento seja no final do dia e inclua concentração às 16h no Obelisco e caminhada às 17h até o MPF-MS (Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul).

Orçamento engessado

Direita quer reunir 3 mil em Campo Grande em ato pró-Bolsonaro e contra Congresso
(Divulgação)

A organização de novo protesto pró-Bolsonaro no País é tentativa de impedir o Congresso Nacional de estabelecer um orçamento impositivo no Orçamento de 2020. O receio dos apoiadores do presidente é que os parlamentares derrubem veto presidencial e engessem R$ 30 bilhões em recursos federais.

“O que o Congresso quer é parlamentarismo branco, é engessar o orçamento colocando impositivo e deixando o presidente sem recursos pra executar sua função”, criticou Rafael Tavares. A direita diz reconhecer a função legislativa do Congresso, mas acusa deputados federais e senadores de manobra para impedir que Bolsonaro fique com recursos na categoria de gastos discricionários, tirando o poder de investimento do Planalto.

De fora

Base do presidente na Câmara dos Deputados, o deputado federal Luiz Ovando (PSL) disse que não irá particular nem ‘estimular em nada nesse sentido’. “A gente na vida tem que ter coerência. Não podemos esquecer que o País é como um corpo, é formado por membros. Cada órgão tem sua importância para economia, na manutenção da vida corporal. O País tem fundamento é no tripé Legislativo, Judiciário, Executivo. Não posso conspirar contra meu próprio corpo”, enfatizou. O deputado também chamou de lamentável quem instiga esse tipo de manifestação, mas ressaltou que a população tem o direito de se expressar.