Em visita à fronteira sul-mato-grossense nesta segunda-feira (03), o ministro de Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro avaliou como eficaz o trabalho que vem sendo feito pelos presídios federais no trabalho de isolar lideranças do tráfico. Em entrevista coletiva concedida na sede da Senad (Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas), em Pedro Juan Caballero, Paraguai, ele defendeu investigações que apontem os líderes criminosos para que sejam presos, isolados e impedidos de continuarem a comandar atividades criminosas de dentro das prisões.

“Nós temos no Brasil os presídios federais que têm sido bastante eficazes nesse isolamento”, elogiou o ministro. Ele afirmou ainda que as apreensões de entorpecentes cresceram neste ano e falou da importância de operações que erradiquem as plantações, antes que a droga entre em circulação.

A Operação Nova Aliança, que reúne esforços entre Brasil e Paraguai contra produção e tráfico de maconha na fronteira, foi o tema da visita do ministro a fronteira de MS. Segundo o Ministério da Justiça, a estimativa é de que 80% da maconha produzida no Paraguai tenha o Brasil como destino.

Somente em dois dias da operação foram destruídos 61 hectares de plantações, equivalentes a 183 toneladas da droga, além de 800 quilos que estavam prontos para serem distribuídos. “Esse tipo de operação que erradica a maconha e as plantações ainda no pé tem impacto muito grande”, afirmou o ministro.

Estorvo

Na coletiva, Moro elogiou também a postura do governo paraguaio que está ‘expulsando' lideranças brasileiras presas no Paraguai mais rápido do que nos tradicionais processos de extradição.

Ele chegou a se referir aos presos dizendo que são ‘estorvo' para o Paraguai e também para o Brasil, mas que o governo tem o dever de atendê-las, isolá-las e impedir que continuem a comandar atividades criminosas de dentro das prisões.

O ministro também defendeu o confisco de patrimônio das organizações criminosas como a melhor estratégia para desmantelar suas atividades e apontou que os dois países têm crescido na compreensão de uma atividade de inteligência e investigação direcionada a essa área.

Ausências

A agenda do ministro de Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro na fronteira de Mato Grosso do Sul nesta segunda-feira (03) foi cumprida sem a presença do presidente do Paraguai, Marcio Abdo, e da ministra argentina Patricia Bullrich, que se reuniriam com ele.  A causa oficial das ausências foi o mau tempo, que impediu o pouso das autoridades.

Somente o ministro paraguaio Arnaldo Giuzzio acompanhou a visita de Moro à sede da Senad (Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas), em Pedro Juan Caballero, e a coletiva de imprensa concedida por ele. A chegada do ministro da Justiça também foi conturbada, com atraso de 2h e pouso em Dourados ao invés de Campo Grande como estava previsto.

Do lado brasileiro, nem o prefeito de recepcionou Moro. A ida do ministro foi acompanhada pelo secretário municipal de Justiça e Segurança Pública de Ponta Porã, Marcelo Nunes, que acompanhou os trabalhos representando a administração municipal. O motivo é que o prefeito cumpria outra agenda no município no momento.

Confira no vídeo abaixo trecho da entrevista coletiva concedida pelo ministro em Pedro Juan. *Crédito do vídeo: Gcmfron Ponta Porã