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Ex-vereador se envolveu em esquema de exploração sexual de adolescentes

O suposto caso de estupro envolvendo o vereador Eduardo Romero e um adolescente de 13 anos não é o primeiro escândalo sexual envolvendo um parlamentar da Câmara Municipal e um jovem menor de idade. Há 16 anos o primeiro caso do gênero custou o mandato aos envolvidos.

Em 2003 os então vereadores César Disney e Robson Martins foram denunciados à polícia por manterem relações sexuais com adolescentes do Instituto Mirim de em troca de dinheiro.

De acordo com a denúncia, os parlamentares usavam uma servidora da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul) para conseguir encontro com adolescentes mediante pagamento para as jovens. Os dois renunciaram ao cargo após o escândalo, mas dois anos depois, em 2005, acabaram sendo inocentados pela Justiça.

Já em 2015, o vereador Alceu Bueno e o deputado estadual Sergio Assis também perderam o mandato após a polícia descobrir esquema de exploração sexual envolvendo adolescentes, que eram aliciadas para manterem relações com os parlamentares.

A polícia descobriu o caso depois que o então vereador decidiu denunciar que estava sendo extorquido por empresário Luciano Pageu e pelo ex-vereador Robson Martins, o mesmo que havia sido considerado inocente em 2005 por exploração sexual, para que vídeos dele mantendo relações com uma jovem menor de idade não fossem divulgados.

O grupo, ao qual também pertencia o comerciante Fabiano Viana Otero, aliciava adolescentes para se encontrarem com os parlamentares em troca de dinheiro. As meninas filmavam os encontros por câmeras escondidas em chaveiros e as imagens eram usadas para extorquir os políticos.

Os cinco envolvidos no esquema foram condenados no final de 2015 a penas que, somadas, chegavam a 57 anos de reclusão. Em setembro de 2016, porém, o ex-vereador Alceu Bueno foi encontrado morto, com o corpo queimado após um .

Caso Romero

O escândalo mais recente envolve o vereador Eduardo Romero, que foi denunciado à polícia em novembro de 2017 por estupro de vulnerável, mas o caso só foi descoberto pela imprensa na terça-feira (22).

No depoimento, os pais de um menino de 13 anos contaram que ficaram desconfiados após o filho agir de forma estranha e se recusar a ir para a escola. Questionado, o garoto contou que no dia 12 de novembro, quando foi ajudar um tio em uma obra na casa do vereador, ele teria sido obrigado por Romero a manter relações com o mesmo.

Durante a investigação, a defesa do vereador pediu a absolvição total e a rejeição da denúncia do MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), mas a Justiça rejeitou os dois pedidos. Em resposta, o juiz teria dito que o fato se tratava de um crime, que deveria ser investigado.

A primeira audiência sobre o caso foi marcada para fevereiro, onde duas testemunhas de defesa serão ouvidas. Em nota, o vereador negou a denúncia e afirmou se tratar de acusação “falsa e indevida”. “Estar na política te transforma em inimigo de muita gente, e não medem esforços para prejudicar e tirar de cena. A justiça está fazendo seu trabalho e em breve teremos as respostas. Confio na Justiça e em Deus, e tenho a consciência tranquila”.