Crise política instaurada no na última semana, pode afetar e atrasar a construção da ponte sob o rio Paraguai entre e Carmelo Peralta, que vai unir os dois países pela Rota Bioceânica. A crise ocorre após um acordo com o Brasil sobre a venda de energia pela usina hidrelétrica de Itaipu, compartilhada entre os dois países, que causou uma série de renúncias de cargos políticos durante o fim de semana e ontem (29). 

Queda na cúpula paraguaia pode atrasar construção de ponte da rota bioceânicaItaipu ficou responsável pela construção da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, cidade paraguaia. Inclusive, a assinatura da licitação ocorreu no dia 20 deste mês na cidade vizinha de Porto Murtinho, com a presença de senadores, do presidente paraguaio, Mario Abdo Benitez e do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). 

Carlos Marun (MDB) ex-ministro de Governo que está afastado atualmente do Conselho Nacional da Itaipu, se disse preocupado se houver um eventual esgarçamento na relação entre Brasil e Paraguai no contexto do acordo. “Nos preocupa nesse nível, de que o esgarçamento nas relações possa atrasar os andamentos do trabalhos”, disse.

Marun explica que a ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta é uma decisão de nível superior e foi tomada pelo então presidente Michel Temer e o presidente do Paraguai. “O acordo foi ratificado pelo atual presidente, Jair Bolsonaro e aprovado pelo conselho de Itaipu. Eu não vejo como recuar, deixar de acontecer”, afirmou.

Ainda segundo Marun, a princípio não há porque existir atraso, pois o acordo é de nível superior. “A rigor não tem porque ter atraso, nos preocupa se acontecer esse esgarçamento entre Brasil e Paraguai e poderia produzir um atraso na ponte”, explicou.

A rota bioceânica é tomada exclusivamente pelo Paraguai. A ponte que vai ligar Brasil e Paraguai, deve ter 680 metros de extensão, custará R$ 290 milhões, pagos com recursos da Itaipu Binacional, da gestão paraguaia.

A previsão inicial para conclusão da ponte é em abril de 2023. As obras estavam previstas para começar em março de 2020.

Demissões

O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni, apresentou sua renúncia juntamente com o embaixador do país no Brasil, Hugo Saguier, e o presidente da companhia paraguaia de energia elétrica, Alcides Jiménez, ontem (29), que estava no cargo há pouco dias. Também pediu demissão, o titular paraguaio da usina hidrelétrica binacional de Itaipu, José Roberto Alderete.