O jornal The Intercept Brasil divulgou em redes sociais na noite de ontem (12), mais um trecho das conversas entre o procurador Deltan Dallagnol e o então juiz , atual ministro da Justiça.

No trecho divulgado no Facebook, Deltan Dallagnol menciona uma conversa com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux. As mensagens foram trocadas no grupo FT MPF Curitiba 3.

No dia 22 de abril de 2016, às 13h04, Dallagnol diz o seguinte: “Caros, conversei com Fux mais uma vez, hoje. Reservado, é claro: O Min Fux disse quase espontaneamente que Teori fez queda de braço com Moro e viu que se queimou, e que o tom da resposta do Moro depois foi ótimo. Disse para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez. Só faltou, como bom carioca, me chamar para ir à casa dele, rs. Mas os sinais foram ótimos. Falei da importância de nos protegermos como instituição.

Logo a seguir, Deltan ainda mandou: Em especial no novo governo. Às 13h06, Moro respondeu: Excelente. In Fux we trust. A resposta do então juiz se refere ao lema nacional dos Estados Unidos e do estado da Flórida, que é In God We Trust, ou seja, em Deus nós confiamos.

Por fim, Deltan, às 13h13 responde a Moro: kkk.

Quando disse sobre novo governo, Dallagnol fez referência ao fato de que a então presidente Dilma Rousseff (PT) poderia ser afastada do Palácio do Planalto por um processo de impeachment, o que aconteceu em 12 de maio do mesmo ano. 

Um mês antes do diálogo entre Moro e Dallagnol, no dia 22 de março de 2016, Teori Zavascki determinou que Moro enviasse ao STF as investigações da Operação Lava Jato que envolviam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o G1.

Teori tomou a decisão depois de Moro autorizar a divulgação de conversas telefônicas interceptadas, por ordem judicial, entre Lula e Dilma. Na época dos fatos, o Governo Federal apontou ao tribunal ilegalidade na divulgação das escutas feitas pela Polícia Federal envolvendo a presidente da República, que ainda tinha foro privilegiado no STF.

A conversa envolvendo os ministros do STF foram divulgadas três dias depois que o The Intercept Brasil publicou os primeiros trechos de mensagens atribuídas a procuradores da Lava Jato e ao ministro da Justiça.