O informou por meio de nota nesta segunda-feira (25) que vai pedir desfiliação do PSL por justa causa após ter sido representado na Comissão de Ética pela cúpula do PSL em MS. De acordo com o parlamentar, os correligionários estariam tentando ‘desestabilizar’ seu mandato político. No ofício encaminhado, a presidência do partido afirma que vai instaurar procedimento com possibilidade de requerimento do mandato de David.

Segundo David, o documento é assinado pela senadora Soraya Thronicke, presidente regional do PSL, deputado federal Loester Trutis, deputado estadual Capitão Contar e até mesmo a esposa Iara Diniz estaria acusando-o de não aceitar trair as ideias do presidente Jair Bolsonaro para seguir as orientações partidárias. O parlamentar frisa que o fato configura ‘clara perseguição política’.

“O evidente distanciamento partidário e político se agrava diante dos posicionamentos públicos tomados em se manifestar em não ter relação com o partido e sim e tão somente com o Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, deixando entender que a qualquer momento pode se desligar do partido”, afirma o trecho do documento, segundo divulgado por David, à comissão do PSL.

O mesmo documento foi enviado ao presidente nacional Luciano Bivar, apontado por David como quem está perseguindo e tentando prejudicar os bolsonaristas, ‘colocando no mesmo documento nacional nomes como o deputado Eduardo Bolsonaro’.

“Tenho orgulho de seguir com Bolsonaro e apresentado seu nome para Mato Grosso do Sul, fazendo parte da história vitoriosa de sua chegada até à presidência”, afirma David. “No entanto, não há como seguir orientações partidárias já que as mesmas nunca foram apresentadas no Estado, desta forma, é importante deixar claro que os apontamentos de infidelidade partidária apresentados pela cúpula do PSL em Mato Grosso do Sul, nada mais são que um ato claro de perseguição. Vale registrar que na Assembleia Legislativa a liderança de bancada é exercida pelo Deputado Estadual (PSD) no bloco parlamentar denominado “G10”, do qual Capitão Contar também faz parte, já que até o presente momento não pediu para sair. Ademais, o direito de atuação de cada parlamentar no plenário é individual, na representação legítima de seus eleitores, só havendo exceção quando a liderança de bancada orienta e indica alguma posição política nas votações, o que ainda não ocorreu nesta legislatura, nem da parte do G10 e, muito menos, por parte do PSL Regional, já que nenhuma reunião houve para tratar desse tema”, esclarece.

“Com a consciência tranquila seguirei com ética, lealdade e gratidão, apoiando os atos do Presidente Jair Bolsonaro e trabalhando para um Brasil melhor, mais justo e fundado na verdade, certo de que estou cumprindo aquilo que minha consciência determina e meus eleitores esperam. Afinal, como disse o Presidente Jair Bolsonaro durante o lançamento do APB (Aliança Pelo Brasil), a gratidão é uma virtude para quem tem, assim como sabemos que o tempo é o senhor da razão e que ninguém engana os eleitores impunemente. Viva o Brasil! Viva Mato Grosso do Sul”, finalizou.

Comissão de Ética

O requerimento feito à Comissão de Ética pelo diretório do PSL em MS relata que David tem se manifestado de forma desagregadora perante a imprensa estadual e cita emenda ao projeto de Lei Complementar 001/2019 que propôs restabelecer séries de atribuições exclusivas ao procurador-geral de Justiça, classificado pelo partido como ‘retrocesso legal’.

O relatório aponta que David teria votado contrariamente em determinações intrapartidárias por mais de 15 vezes, assim como votado de maneira favorável a comenda de Mérito Legislativo ao ex-senador Delcídio do Amaral, ‘demonstrando assim sua infidelidade aos anseios e ideais do partido’, destaca a nota.

O documento também aponta que o parlamentar não assinou o requerimento de abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Energisa, apresentado pelo deputado Capitão Contar (PSL), “deixando clara a sua falta de comprometimento com o estatuto partidário”.