O ex-ministro da Secretaria de Governo da presidência, deputado Carlos Marun (MSB) confirmou na tarde desta quarta-feira (2) que é real a possibilidade de que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) revogue sua nomeação para o Conselho de Administração da Itaipu Binacional.
“Reconheço que o presidente Bolsonaro possui a prerrogativa de rever o ato do presidente Temer agora ou a qualquer tempo”, disse Marun, que teria mandato de deputado até o próximo dia 31 caso não tivesse renunciado.
A informação de que a nomeação de Marun para o conselho da Itaipu estaria ameaçada foi trazida pelo jornal Estadão nesta quarta. De acordo com a publicação, interlocutores de Bolsonaro teriam afirmado que o recém-empossado presidente estaria insatisfeito com a nomeação feita por seu antecessor, Michel Temer.
Isso porque o ato de Temer contrariaria a intenção de Bolsonaro de nomear apenas técnicos para cargos do segundo escalão – no qual está a vaga de conselheiro da Itaipu.
Todavia, o ex-ministro destacou que se sente preparado para ocupar o cargo de conselheiro e que tem competência técnica para tanto.
“Eu me sinto preparado, pois sou engenheiro, sou advogado, conheço a Itaipu desde a obra, já que como estagiário de engenharia andei por lá conhecendo detalhes técnicos dessa excepcional construção. Como morador em MS, conheço de forma especial as relações entre o Brasil e o Paraguai e como ministro aprofundei meu conhecimento sobre a governança de Itaipu”, destacou ao Jornal Midiamax.
Enquanto o presidente não bate o martelo sobre a permanência de Marun para o cargo, o deputado afirmou que está em preparação para a primeira reunião do ano do conselho, marcada para o próximo dia 10.
“O que me cabe agora é me preparar para a reunião e torcer para que este ato não seja revisto, porque gostaria de exercer a função e porque ela é muito importante para mato Grosso do Sul, neste momento, concluiu.
Itaipu
Os governos do Brasil e do Paraguai têm a atribuição de nomear a Diretoria Executiva da Itaipu Binacional, por meio de indicação da Eletrobras e da Administración Nacional de Electricidad (Ande). Para cada cargo reservado a um país, há um posto equivalente destinado à outra margem.
Já no Conselho de Administração, que é composto por 12 membros, seis deles são brasileiros e seis paraguaios – dois deles são representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, um de cada país. O Conselho de Administração reúne-se a cada dois meses ou em convocação extraordinária.
Informações prestadas na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, do ano passado, mostraram que a remuneração de um conselheiro de Itaipu chegava a cerca de R$ 27 mil por mês.
