(Com Maisse Cunha)

O deputado Onevan de Matos (PSDB) acusou nesta quarta-feira (05) o ex-secretário de governo Sérgio de Paula de interferir na eleição da ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) após o partido anunciar o deputado Paulo Correa como o candidato tucano na disputa pela Mesa Diretora da Casa.

Matos convocou a imprensa para fazer o pronunciamento. Na disputa para ser o candidato indicado, Onevan acabou sendo excluído pelo deputado Correa, que mudou durante a janela partidária aberta neste ano, em abril, para o ninho tucano.

“O governo sempre disse que não ia interferir na escolha. Acontece que o governador permitiu que o Beto Pereira e o Sérgio de Paula, diretamente ligado ao governador, que eles tivessem a anuência dele para interferir no ´processo. Isso apesar do governo sempre afirmar que tudo seria conduzido pela bancada do PSDB aqui na Casa”, reclamou.

Onevan disse ter ido a Dourados juntamente com o deputado Felipe Orro (PSDB) e conversado com o eleito Marçal Filho (PSDB). “O Marçal havia dito que caminharia ao meu lado. Depois, o Beto Pereira disse que ia à cidade buscar um consenso pela escolha. Ele [Beto] só esqueceu de dizer que levaria o Paulo Correa e acertaria o apoio do Marçal para ele”, conta.

O deputado disse que deve conversar com os eleitos e formar uma chapa. “Eles três sozinhos [Beto, De Paula e Correa] não decidem pelos 24 deputados. Vou conversar com os eleitos, principalmente os novatos, e vamos formar uma chapa. Se eles entenderem que eu sou o candidato, eu serei. Se não, vou apoiar quem for”, declarou.

Onevan afirma que não está chateado por Correa ter sido o escolhido, mas com a forma como o processo de escolha foi conduzida. “Se fosse uma escolha dos deputados do PSDB eu entenderia. Mas não pode do Sérgio de Paula escolher, interferir na eleição da Assembleia”, disparou.

Apesar de estar chateado com a situação, Onevan disse que não deixa a base de Reinaldo Azambuja na Casa, mas que deve ser um deputado independente a partir de agora. “Se eu tiver que votar contra o governo eu vou votar. Eu não sou uma vaquinha de presépio que diz ‘amém’ a tudo”, alfinetou.