O MPF (Ministério Público Federal) pediu que a multa aplicada ao deputado Jair Bolsonaro (PSL) por declarações ofensivas a comunidades quilombolas tenha o valor aumentado para R$ 300 mil.

Em outubro do ano passado, a 26ª Vara Federal condenou o parlamentar a pagar R$ 50 mil pelas declarações.Para o MPF, é necessário aumentar o valor da multa como reflexo da “gravidade do fato” e devido à capacidade econômica de Bolsonaro.

Na ação protocolada no TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), o órgão ministerial lembra que Bolsonaro proferiu ofensas durante uma palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril do ano passado.

Na ocasião, o deputado contou sobre sua visita a uma comunidade paulista. Na palestra, o pré-candidato afirmou que o “afrodescendente mais leve” da comunidade “pesava sete arrobas”, alegando que “nem para procriar servem mais”.

“Alguém já viu um japonês pedindo esmola por aí? Não, porque é uma raça que tem vergonha na cara. Não é igual a essa raça que tá aí embaixo, ou como uma minoria que tá ruminando aqui do lado”, disse ainda Bolsonaro durante a palestra.

O MPF destaca ainda na ação que Bolsonaro não demonstrou qualquer arrependimento pelas declarações, apesar da repercussão. A assessoria de imprensa do deputado, por enquanto, não se pronunciou sobre a ação do MPF.