Documentos terão certificação digital

Proibição de celulares, certificação digital e um computador não conectado à internet, além do acesso restrito aos deputados e equipe de apoio da na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul devem garantir o sigilo da documentação fiscal encaminhada à Casa pelo secretário Márcio Monteiro, da Secretaria de Fazenda. O chefe da pasta voltou à Casa nesta segunda-feira (03) para levar pessoalmente o restante da documentação.

Os trabalhos, segundo o presidente da CPI Paulo Correa (PR) seguem com a análise dos documentos. “Recebemos hoje a certificação digital dos documentos e um aditivo de um dos Tares (Termos de Ajuste de Regime Especial) investigados”, esclareceu.

A Comissão atuará no gabinete do deputado, assessorada pelo ex-prefeito de Corumbá e ex-deputado estadual Paulo Duarte, auditor fiscal cedido à Assembleia, Antônio Carlos de Almeida, que é auditor fiscal na Sefaz e Guilherme Vieira de Barros, auditor estadual do controle externo do Tribunal de Contas Estadual, além de um advogado contratado para auxiliar nos trabalhos.Secretário da Fazenda entrega mais documentos à CPI e ALMS reforça sigilo

Quando os documentos chegaram, na semana passada, sequer foram abertos até que fosse disponibilizada a assinatura digital. São aproximadamente 80 processos, que juntos podem somar mais de três mil notas fiscais para análise. Dados da CPI serão armazenados em um HD externo de 1 terabyte. Reuniões diárias serão realizadas para acompanhamento do processo de auditoria.

Monteiro ressaltou apenas a preocupação com o sigilo fiscal. Agora, faltam os documentos solicitados pela Comissão à JBS.

Mesmo sem a documentação, os trabalhos da Comissão seguem com análise dos Tares (Termos de Ajuste de Regime Especial) concedidos para efetivamente convocar Wesley, Joesley, Saud e Boni para depor na CPI.

Delação

Ao homologar o conteúdo da delação, o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), tornou público as declarações dos irmãos Batista e demais executivos da holding J & F. Existe um capítulo específico sobre Mato Grosso do Sul, no qual Zeca, Puccinelli e Reinaldo são acusados de cobrarem propina da empresa para concederem benefícios fiscais.

Sobre Zeca, a delação de Wesley confirma versão do irmão, mas pontua que não tem documentos sobre a propina. Já nos governos de Puccinelli e Reinaldo os Batista entregaram uma série de notas fiscais que seriam frias usadas pelos ex-governadores para justificarem o pagamento de propina. Os três ex-governadores negam que tenham cobrado propina do grupo JBS.