Zeca do PT explica que legenda vive momento de dificuldade.

 

Maior partido de oposição no estado, o PT de Mato Grosso do Sul acumula dívidas com encargos trabalhistas. Demitidos há um mês, oito ex-funcionários ainda não receberam a rescisão e divulgaram um manifesto de repúdio ao comando do Partido dos Trabalhadores. De acordo com o presidente do partido, Zeca do PT, o pagamento depende do “fluxo financeiro”.

O dirigente partidário afirma que as dívidas com Previdência e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) são de cerca de R$ 60 mil. Mas os ex-funcionários dizem que o débito é muito maior. De acordo com o ex-assistente financeiro Marquinhos Nogueira, um dos demitidos, a dívida só com as rescisões dos funcionários chega a meio milhão de reais.

“Quando recebemos o aviso prévio já sabíamos que não tinha de onde tirar o dinheiro. Era para dar o calote. É natural que qualquer direção queira fazer mudanças, mas poderia escalonar as demissões em vez de fazer tudo de uma vez”, disse Nogueira.

Conhecido, entre outras coisas, pela luta pelos direitos dos trabalhadores, o PTMS começou a viver momentos de dificuldade financeira em abril, após ter sido condenado a perder o direito ao Fundo Partidário por conta de uma falha nas prestações de contas da campanha de Zeca do PT em 2010.

Há um mês, quase todos funcionários foram demitidos. Ficou apenas a copeira. Alguns estavam há mais de 10 anos na legenda. Na nota divulgada à imprensa, os ex-empregados falam que o PTMS deu um “calote nos direitos trabalhistas dos funcionários” e na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e que “na história do PTMS nenhum presidente, por mais grave que a situação estivesse, fez demissão em massa”.

De acordo com os funcionários, a folha de pagamento era de pouco mais de R$ 30 mil por mês e o fundo partidário, cerca de R$ 70 mil. Os ex-funcionários dizem ainda que a demissão em massa “parece ter mais caráter de perseguição política e assédio moral, que por falta de recursos financeiros”.

Outro lado

O presidente do PTMS, deputado federal Zeca do PT, argumentou que o partido “está em uma situação muito difícil”, que se viu obrigado a demitir os funcionários e que fará o pagamento das rescisões assim que possível.

“O PT não pode se transformar em empreguismo. Estamos demitindo todo mundo. Não temos como manter. Precisamos ter dinheiro para usar em política”, disse o parlamentar.