Marcelo Odebrecht e ex-marqueteiros do PT também foram condenados
O ex-ministro Antonio Palocci (PT) foi condenado a doze anos e dois meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sentença foi expedida nesta segunda-feira (26), pelo juiz federal Sergio Moro, que julga os processos da Lava-Jato em primeira instância.
Palocci estava preso desde setembro de 2016, após denúncia do MPF (Ministério Público Federal) de que estaria envolvido no esquema de corrupção da Odebrecht e da Petrobras. Ele foi ministro nos governos petistas de Dilma Rousseff (Casa Civil) e Lula (Fazenda).
Esta é a primeira condenação contra Palocci. Segundo a Folha de S. Paulo, o ex-ministro negocia um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato, para diminuir sua pena.
Palocci terá de pagar multa de R$ 1,02 milhão, por determinação de Moro. Desse valor, R$ 466 mil são referentes ao crime de corrupção, enquanto R$ 559 mil são por lavagem de dinheiro. A defesa do ex-ministro pediu que ele fosse absolvido dos crimes.
Também foram condenados no processo o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que atuaram nas campanhas do PT, por lavagem de dinheiro. O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi condenado por corrupção passiva.
Já o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi condenado pelos mesmos crimes de Palocci, de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Moro aponta que os crimes praticados pelos réus envolvem o pagamento do “valor bastante expressivo” de US$ 10,2 milhões em propinas.
Esses valores serviram para “remunerar, sem registro, serviços prestados em campanhas eleitorais, o que representa fraude equivalente em prestações de contas eleitorais”, o que resultou na “contaminação” do “processo político democrático”, segundo Moro.
Outro processo
Palocci ainda é réu em outro processo da Lava Jato na Justiça Federal no Paraná. Neste caso, o ponto central são oito contratos entre a Odebrecht e a Petrobras, que geraram desvios de cerca de R$ 75 milhões.
Parte do dinheiro, cerca de R$ 12,4 milhões, teria sido usada para comprar um terreno, que seria usado para a construção de uma sede do Instituto Lula.
A denúncia diz ainda que o dinheiro de propina também foi usado para comprar um apartamento vizinho à cobertura onde mora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Bernardo do Campo (SP). A propina teria sido paga por intermédio de Palocci.