Entidades ocuparam tribuna para debater sobre decreto
A polêmica em torno da regulamentação da Uber na Capital levou representantes de motoristas que transportam passageiros a se posicionaram sobre o assunto na Câmara da Capital, e a limitação do número pessoas trabalhando via aplicativo foi o assunto mais debatido.
O presidente da Applic-MS (Associação dos Parceiros em aplicativos de transporte de passageiros, motoristas profissionais autônomos de Mato Grosso do Sul), Paulo Pinheiro, defende limitação do número de veículos autorizados a transportar passageiros por meio de aplicativos como Uber.
“Se não colocar limites, em um mês 600 carros estarão nas ruas. A cidade vai ficar um caos. Vai haver morte no trânsito, briga e a culpa não será nossa. A Applic não vai pagar essa conta, regulamentar é preciso e limitar é necessário”, afirmou Pinheiro.
Já Wellington Dias, da AMU (Associação de Aplicativos de Mobilidade Urbana), defende regulamentação, mas sem limitação do número de trabalhadores nas ruas. “Com o decreto os motoristas ficaram com medo de sair de casa, perderam dinheiro, o prefeito baixou decreto com a Agetran fechada por conta do feriado de Carnaval, isso não é justo”, disparou.
Dias também é contra identificação dos veículos com um adesivo da Prefeitura, já que motoristas da Uber não recebem incentivo na compra dos veículos, como os taxistas, tampouco algum benefício na aquisição de serviços ou combustíveis. Ele também negou que em Campo Grande chegou a existir ameaça de conflitos entre motoristas de táxis e os autônomos da Uber.
Segundo o presidente da AMU, o prefeito Marquinhos Trad (PSD), que suspendeu nesta terça-feira (7) o decreto de regulamentação, também queria que apenas veículos fabricados a partir de 2012 pudessem ser usado no serviço. “A Uber permite a partir de 2008. Ninguém tem dinheiro para ficar trocando de carro todo ano”, emendou.
Proposta
O presidente da Câmara, vereador João Rocha (PSDB), revelou que após ouvir todos os envolvidos na questão e a audiência pública marcada para o dia 22 de março, os parlamentares irão elaborar um documento com propostas para regulamentação do serviço de transporte individual e remunerado de passageiros para encaminhar ao Chefe do Executivo Municipal.
O vereador Enfermeiro Fritz (PSD) defende a regulamentação, mas disse que limitar o número de motoristas fere a lei da oferta e da procurar. Também contrária à limitação, Dharleng Campos (PP), defendeu ainda inclusao de mais mulheres como motoristas, já que o serviço é um gerador de renda.
Junior Longo (PSD) sugeriu às entidades que reúnam seus filiados para discutirem e apresentaram à Câmara propostas que auxiliem na elaboração do documento a ser encaminhado ao prefeito.
“O prefeito teve humildade de voltar atrás e esta Casa está debruçada para resolver esta questão”, finalizou João Rocha.