Sul-mato-grossense disse que denúncia contra Temer ‘vai para o arquivo’

Relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS, o deputado sul-mato-grossense Carlos Marun (PMDB) criticou nesta quarta-feira (4) a prisão do advogado Willer Tomaz, que atuou para o grupo e presta depoimento em sessão secreta na comissão. A declaração foi dada em entrevista coletiva em Brasília (DF), publicada nas redes sociais do parlamentar.

“Palavras convincentes. E a convicção vem de duas coisas: das provas apresentadas pelo doutor Willer e do absurdo que é um advogado e um procurador ficarem presos por 76 dias sem que tenham sido sequer ouvidos pelas autoridades. Isso não é democracia, não é Estado de direito”, disse.

Willer foi preso após a delação dos executivos da empresa suspeito de envolvimento na acusação de corrupção do procurador Ângelo Goulart Villela.

Arquivo

Integrante da tropa de choque de Michel Temer, Marun falou com a imprensa também sobre a defesa entregue do presidente entregue à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Ele disse que a denúncia contra Temer é “frágil”, “sem provas inequívocas” e que tem “cada vez mais convicção de que será rejeitada pelo parlamento”. “Não existe lógica nenhuma em uma denúncia tão frágil como essa e apresentada por alguém com tantas controvérsias”.

O parlamentar de Mato Grosso do Sul chegou a arriscar que a denúncia “vai para o arquivo certamente”.

(Im)Popularidade

Marun foi questionado pela imprensa se a baixa popularidade do governo Temer (pesquisa Datafolha mostrou aprovação de apenas 3%) pode prejudicar o presidente na votação da denúncia.

O parlamentar afirmou que a população quer a permanência de Temer. “Essa baixa popularidade é algo que não vejo, não tem nenhuma greve. Existe descontentamento da situação nacional, que é natural”, afirmou.

Ele também voltou a dizer que o governo tem pressa em analisar a denúncia contra Temer “para virar essa página”, mas garantiu que não irá atropelar o regimento e os ritos.