Lúcio Funaro disse ter entregado dinheiro da JBS
O delator Lúcio Funaro, apontado como operador político do PMDB, afirmou que intermediou o repasse de R$ 7 milhões em espécie para a campanha do ex-ministro Henrique Alves (PMDB) para o governo do Rio Grande do Norte, em 2014. Tanto Funaro quanto o ex-ministro encontram-se presos, em Brasília e Natal.
Na delação, Funaro detalhou que usou um avião do grupo Bertin para transportar o dinheiro de Brasília até Natal, onde estava Alves. As verbas foram recebidas de outro delator, o dono do grupo J&F, que controla a JBS, Joesley Batista.
Funaro disse ainda que o dinheiro foi entregue vivo para um assessor do ex-ministro, no Hotel Ocean, na praia de Ponta Negra, em Natal. O corretor de imóveis e delator afirma que estava acompanhado da namorada no momento da entrega do dinheiro.
Em uma ação de busca e apreensão na casa da irmã do delator, Roberta Funaro, os policiais encontraram, em maio, documentos com detalhes sobre a entrega do dinheiro. Os documentos fazem parte da delação premiada de Funaro.
Funaro assinou na última semana um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República). Os depoimentos do operador ainda precisam ser homologados pelo ministro Edson Fachin, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal).
Esta não é a primeira vez que o operador político revela entregar pessoalmente dinheiro a parlamentares. Em junho, ele afirmou que fez “várias viagens em seu avião” para entregar malas de dinheiro ao ex-ministro Geddel Vieira Lima.
