Ele tem intenção de se candidatar a presidente

Em suas palestras pelo Brasil, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem deixado claro que é contra as demarcações de terras indígenas e com isso tem cravado vários debates sobre o tema. Ele que é pré-candidato à Presidência em 2018, defendeu recentemente que haja exploração de recursos estratégicos nas áreas indígenas, como o nióbio, produto retirado de minerais que abundam no território brasileiro, segundo informação do Jornal Estado de São Paulo (Estadão).

O deputado costuma dizer que o país deveria ter maior controle sobre suas reservas de nióbio e afirma haver jazidas gigantes do produto ainda inexploradas justamente por estarem sob terras demarcadas em Roraima.

O nióbio é considerado um recurso estratégico. Se misturado ao ferro, cria uma espécie de superliga, mais leve e resistente que o aço comum. É utilizado em gasodutos, turbinas, chassis de carros e até em foguetes espaciais e reatores nucleares.

O Brasil tem a maior reserva conhecida e domina o mercado mundial. É o quarto produto mais exportado da balança comercial mineral brasileira. O país tem 98% das reservas comercializáveis do nióbio. No mercado mundial, tem 90% das vendas. O Canadá, os 10% restantes.

Países sem o recurso em seu território fazem reservas estratégicas do produto. Na China, é crescente o uso na indústria de construção.

Em 2010, relatório do Departamento de Estado do EUA vazado pelo WikiLeaks colocava o nióbio no rol dos produtos estratégicos para o país, o que estimulou teorias da conspiração de que o mineral brasileiro estivesse sob risco iminente.

“O nióbio vale mais do que o ouro”, disse, por exemplo, em uma palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, no início de abril.