Zeca do PT critica falta de fiscalização do estado

O uso indiscriminado de agrotóxicos em Mato Grosso do Sul motiva denúncia que o deputado federal Zeca do PT, que já falou sobre a questão na Câmara Federal, pretende levar par a Procuradoria da República e até entidades internacionais, conforme explicou. Zeca explica que visitou um assentamento rural em Guia Lopes da Laguna, 234 km de , onde o uso irresponsável dos venenos, próximos a produção de mel do assentamento, teria matado as abelhas. Agora, o deputado irá representar um pedido de investigação do MPF-MS (Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul).

“Na verdade tem uma parte dos fazendeiros, principalmente os agricultores que se negam a cumprir a legislação e continuam borrifando veneno. Lá em guia lopes aconteceu em um assentamento, fui visitar, um assentamento chamado rio feio, eles borrifaram na lavoura ao lado, e acabou com a produção deles, eles produziam mel.  E aqui em Glória de Dourados, mais recentemente, acabou com os bichos de seda que eles cultivam pra produção deles, com uso exagerado de . Imagina isso em um ser humano”, explica o deputado.

As denúncias de despejo dos venenos próximos a comunidades indígenas também devem integrar a representação. “Além disso tem as denúncias, também já vi, das aldeias, pessoal reclamando que eles passam do lado jogando veneno. Olha o MPE [Ministério Público Estadual] que não faz nada, podia pelo menos tomar conta disso, como eu não confio no MPE vou recorrer ao MPF. Vou levar uma comissão de pequenos produtores pra denunciar”.

Para ele, o governo do Estado não tem fiscalizado a entrada de agrotóxicos não permitidos pela legislação brasileira e a aplicação correta dos insumos na agricultura de Mato Grosso do Sul. “Esses venenos, a mairoia a gente sabe que entram pelo Paraguai sem fiscalização da Anvisa. Eu acho que está falhando muito, podia fazer uma parceria com o Ibama, com o governo federal, pra entrada e por esse uso exagerado de agrotóxicos nas lavouras”, declarou.

Durante essa semana, o parlamentar irá debater a questão junto a Comissão de Agricultura da Câmara. “A partir da comissão nós podemos atingir outros organismos, inclusive internacionais, isso não é só os bichos, é saúde pública. Está provado por instituições sérias que o problema do câncer tem a ver com agrotóxico”, complementa.

Intoxicações

O Relatório Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos 2016, elaborado pelo Ministério da Saúde afirma que, entre 2007 e 2012, Mato Grosso do Sul registrou mais contaminações por agrotóxicos do a média registrada em toda região centro-oeste.

“Entre 2007 a 2012, a incidência de intoxicações por agrotóxicos no estado foi superior à média da Região Centro-Oeste. Em 2013, entretanto, verificou-se o aumento das intoxicações em todos os estados da região e o decréscimo na incidência de Mato Grosso do Sul, que passou de 10,34 casos para 9,24 casos por 100 mil habitantes. No período entre 2007 a 2013, ocorreram, em média, sete casos de intoxicação a cada 100 mil habitantes por ano”, afirma o relatório.

Outro ponto citado no documento, é a “demora” que o estado levou para elaborar a proposta de vigilância. Apesar de ter realizado ações pontuais anteriormente, a consolidação da proposta de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos de Mato Grosso do Sul deu-se somente em 2014”.