André tem até segunda-feira para pagar R$ 1 milhão

Na tentativa de livrar o ex-governador (PMDB) da obrigação de ter de pagar fiança de R$ 1 milhão para não ser preso, a defesa dele recorreu ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região. Desde a semana passada, quando a operação Máquinas de Lama foi deflagrada pela Polícia Federal, Puccinelli está usando tornozeira.

O habeas corpus foi impetrado nesta quarta-feira (17) por Antonio Claudio Mariz de Oliveira e Sergio Eduardo Mendonça de Alvarenga, que são advogados de escritório paulista que defende o ex-governador. A reportagem tentou contato com os defensores, que estavam em reunião e não atenderam a ligação.

Além de pedir que Puccinelli não seja obrigado a pagar a fiança, que tem prazo vencendo na próxima segunda-feira (21), os advogados querem que o ex-governador deixe de usar a tornozeleira, que controle horário que ele deve estar em casa, por exemplo. Se não pagar o valor estipulado pela Justiça, o ex-governador pode ser preso. O habeas corpus já foi distribuído e deve ser julgado pelo desembargador Paulo Fontes.

Se depender dos peemedebistas da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o ex-governador André Puccinelli conseguirá juntar o R$ 1 milhão de fiança arbitrada pela Justiça e não precisará ir para cadeia por crime de desobediência. Líder da bancada na Casa, Eduardo Rocha afirmou nesta quarta que vai depositar parte do valor em juízo.

Paulo Siufi (PMDB) disse que com sua renda de médico também pode ajudar o ex-governador. “Se precisar eu vou ajudar, sim. Sou amigo da família e médico dos netos dele. Meu dinheiro de médico eu ponho onde eu quero”, afirmou. Antonieta Amorim (PMDB) disse apenas que “as palavras do líder da bancada são as minhas, também”.

A operação

Ao todo, 270 agentes da PF, CGU (Controladora Geral da União ) e Receita Federal desenvolveram as ações da Defesa recorre ao TRF para livrar Puccinelli de fiança e tornozeleira

A investigação tem como objetivo desbaratar Organização Criminosa suspeita de desviou recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos e corrupção de agentes públicos. Os recursos desviados passaram por processos de ocultação da origem, resultando na configuração do delito de lavagem de dinheiro.

A nova fase da investigação decorre da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores, reunidos com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas, as quais permitiram aprofundar o conhecimento nas práticas delituosas da Organização Criminosa. Restaram ratificadas as provas de desvios e superfaturamentos em obras públicas, com o direcionamento de licitações e o uso de documentos ideologicamente falsos a justificar a continuidade e o aditamento de contratos, com a conivência de servidores públicos. Os valores repassados a título de propina eram justificados, principalmente, com o aluguel de máquinas. As investigações demonstraram que estas negociações eram, em sua maioria, fictícias, com o único propósito de aparentar uma origem lícita aos recursos financeiros.