Presidente da comissão diz que multa pode passar de R$ 500 milhões

Criada após a Assembleia Legislativa receber inúmeros pedidos de impeachment contra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que seria um dos beneficiários do suposto esquema de pagamento de propina em troca de benefícios fiscais, delatados pelos donos da JBS, a chamada CPI (Comissão Parlamentar de inquérito) da Propina visa agora os impostos que a empresa, maior processadora de proteína animal do mundo, deixou de recolher em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o presidente da CPI, deputado Paulo Corrêa (PR), os pedidos de impeachment estão ‘sobrestados', e só serão analisados após o fim dos trabalhos da comissão, pela presidência da Casa.CPI da propina deixa para o fim pedido de impeachment e mira milhões da JBS

Os trabalhos de investigação estão focados nos TAREs (Termos de Acordo de Regime Especial) assinados entre a empresa e o governo estadual, e até agora a CPI analisou que 72% das notas emitidas pela companhia são entre empresas do grupo.

Segundo Corrêa, um relatório parcial deve ser apresentado até o dia 20 de agosto, e a estratégia da comissão é taxar a empresa como ‘contribuinte não confiável, e devolver o dinheiro dos incentivos'.

“Temos que ir atrás do nosso recurso, eles vão dar o calote na gente”, disparou o republicano. Somente os dois primeiros TAREs analisados até agora podem resultar na cobrança de cerca de R$ 500 milhões de impostos e multas, que não foram pagos pela JBS.

O prazo para que JBS encaminhe os documentos fiscais solicitados pela Comissão termina no próximo dia 7 de agosto.