Vereador e prefeito estão trocando farpas sobre o assunto

Em lados opostos quanto o assunto a criação do Projeto de Lei n° 8.242/16, o vereador Paulo Siufi (PMDB) e o prefeito Alcides Bernal (PP) trocam comentários ironizando a questão. Nesta quarta-feira (6), Bernal reafirmou que vai vetar o projeto apelidado de “Lei da Mordaça”, mas ainda está tecendo argumentação política para justificar o veto. Ele chegou a dizer que “a Lei é retrógrada como ele”, referindo-se a Siufi. 

Procurado pela reportagem, Siufi rebateu. “Prefiro isso do que enganar 270 mil pessoas em Campo Grande falando que vou colocá-las em primeiro lugar”, disse. 

O vereador afirma que a lei está sendo mal interpretada e que na verdade as informações que estão sendo divulgadas estão confusas. “Teve muito ‘diz que me diz’. Aí quando os vereadores começaram a ler a Lei viram que não era nada disso. O professor pode falar sobre religião, discurso de gênero e política, o que ele não pode fazer é doutrinar, induzir a criança e o adolescente”, reitera. 

Bernal continua seguro do veto. “Preciso fazer sustentação política e debate com a sociedade e em especial com os pessoal da educação para saber se é realmente isso que querem, mas posso dizer que a minha concepção de ambiente de educação é aonde se forme o cidadão, então tem que debater questões sociais e políticas, pois temos que saber o que acontecei na história para agirmos de forma consciente”, disse o prefeito.

O vereador também “desafiou” o prefeito a encontrar irregularidades em seu mandato e também recomendou que Bernal “mude sua postura”. “Primeiro ele tem que deixar de ser covarde e assumir a postura de prefeito desta cidade, ir atrás do tapa buraco”, frisou. 

Projeto de lei

A medida aprovada pelos vereadores restringe os conteúdos que podem ser tratados nas escolas com referência a sexualidade e política. “A educação sexual e a religião sejam ensinadas pelos pais, de acordo com a convicção de cada um e a política partidária pelos agentes políticos. Dando aos professores isenção quanto ao assunto”. 

Determina, ainda, a obrigatoriedade da fixação nas salas de aula de um cartaz contendo todas as orientações do que o professor da Reme pode ou não discutir com os alunos. A questão gerou tanta polêmica que manifestantes lotaram a Câmara Municipal em protesto contra o texto. Depois, Siufi chegou a admitir que faltou debate com a sociedade e disse que foi mal interpretado.