Apenas três parlamentares participaram da votação

Em sessão que durou apenas 16 minutos, o relatório preliminar da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do (Comitê Indigenista Missionário) foi aprovado por unanimidade na tarde desta terça-feira (10), na Assembleia Legislativa. Porém, a sessão correu com apenas três membros da comissão e teve inicio pontualmente às 14h, com as presenças da presidente da investigação, Mara Caseiro (PSDB); do deputado Onevan de Matos (PSDB); e de Paulo Corrêa (PR), que relatou a CPI.

Com mais de 200 páginas, o documento foi apresentado e lido na sessão do último dia 4 e contém elementos que, de acordo com o relator, comprovam o envolvimento do Cimi em conflitos indígenas. Único perfil parlamentar em defesa do Cimi, o deputado Pedro Kemp (PT) chegou à Assembleia Legislativa por volta das 14h20, horário em que a reunião costumava ter início. Entretanto, ao entrar no Plenário, a sessão já estava encerrada.

Kemp apresentaria durante a sessão um voto contrário e esperava debater o documento com os colegas da comissão, mas isso não aconteceu.

“É estranho a sessão começar exatamente no horário quando em nenhuma outra ocasião teve início às 14h. Este relatório aprovado está repleto de acusações sem provas e sem fundamento, apenas com base no ‘disse-me-disse', e isso jamais poderia ser aprovado sem um debate. Inclusive, as acusações já foram arquivadas pelo MPF por falta de provas. O que eles fizeram foi um ato falho. Eles insistem em criminalizar o Cimi, por isso toda essa pressa, eles não queriam debater”, declarou Kemp à reportagem.

O deputado afirmou, ainda, que se sente indignado e que amanhã irá protocolar seu voto, uma espécie de relatório paralelo.

Também atrasado, o deputado Marquinho alegou que por conta da chuva do início da tarde enfrentou congestionamento na Avenida Mato Grosso, o que impediu-lhe de chegar no horário. “Isso foi uma falta de elegância. O encerramento dessa sessão foi muito precipitado. O deputado Kemp sabia que seria vencido, mas não teve nem oportunidade de manifestar a opinião dele. Apenas 16 minutos não são tempo suficiente para decidir algo em um parlamento democrático. Eles poderiam ter esperado, sim, cinco minutos”, conclui o deputado.