Deputados querem realizar Audiência Pública no setor

Representantes do Sindicato dos Ferroviários estiveram na sessão desta quinta-feira (21) na Assembleia Legislativa, para solicitar apoio dos parlamentares na realização de uma Audiência Pública para discutir o encerramento das atividades da ALL (América Latina Logística) no trecho entre Corumbá e Bauru (SP).

“Por ser uma concessão pública, a ALL deveria prestar contas aos órgãos competentes”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas Ferroviárias de Bauru e Mato Grosso do Sul, Ivanildo da Silva.

O sindicalista acusa a concessionária de estar ‘desmontando o sistema ferroviário’ no Estado. “Vejo um prejuízo econômico e social na suspensão das atividades”, ressalta o diretor, que pede uma ação mais ativa da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) na fiscalização do setor.

O sindicato teme que outros 180 funcionários da ALL possam se juntar a outros 100 que já foram demitidos nos últimos meses, e querem que os deputados estaduais cobrem providências da União para evitar as demissões e suspensões de contratos com fornecedores estaduais.

Silva revelou aos deputados que a crise no setor se intensificou com a fusão da ALL com a Rumo Logística, aprovada pela ANTT em novembro do ano passado. Juntas, as empresas prometem investir R$ 8 bilhões em ferrovias do país.

“Tanto investimento mas não sobra nada para nossa malha. Definiram o nosso trecho como ‘antieconômico’ mas se não gera lucro, é porque não houve investimentos”, ressaltou o sindicalista.

Uma Audiência Pública foi defendida pelos deputados Marquinhos Trad (PMDB), Barbosinha (PSB), Eduardo Rocha (PMDB) e Amarildo Cruz (PT), com a participação da ANTT e autoridades federais.

Um dos temores dos parlamentares é o fim da ferrovia que passa em Três Lagoas, um dos principais polos industriais do Estado.

“Estamos vendo a ANTT advogando a favor das empresas e deixando o cidadão ‘a ver navios’. As demissões acontecem por causa de uma nova concessão e a empresa recusa ouvir o Sindicato porque tem a conivência da agência. É um absurdo”, finalizou Marquinhos.