Agentes da Polícia Fedral mantêm vigilância na cela improvisada

Uma sala de nove metros quadrados, com material de escritório, mesa, cadeira e nenhuma cama. Foi assim que o senador (PT) passou a noite em uma sala da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, no Distrito Federal.

Preso por tempo indeterminado, não há previsão de que o senador vá prestar depoimento na Superintendência nesta quinta-feira (26). O parlamentar é guardado por agentes da Polícia Federal na sala improvisada, sem banheiro. 

Também não há previsão de transferência. O advogado, Maurício Silva Leite, não foi encontrado pela reportagem no escritório para comentar a situação do seu cliente.

Delcídio do Amaral foi preso nesta quarta-feira (25) a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) por obstrução à Justiça. Amaral teria oferecido uma “pensão” de R$ 50 mil mensais para Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, para que ele fugisse do país, por terá pelo Paraguai e depois em jatinho fretado para a Espanha, em troca do seu silêncio sobre a negociação de Pasadena, nos Estados Unidos.

Segundo Bernardo Cuñat Cerveró, filho de Nestor, o Senador Delcídio Amaral vinha empreendendo esforços para dissuadir seu pai de firmar acordo de colaboração com o Ministério Público Federal ou, quando menos, para evitar que ele o delatasse e a André Esteves, controlador do Banco BTG Pactual. Além disso, teria oferecido R$ 4 milhões em honorários para o advogado Edson Ribeiro.

Foram presos Diogo Ferreira Nogueira, chefe de gabinete de Delcídio, o advogado Edson Ribeiro e André Esteves. Ainda na quinta-feira (25) foram realizados 13 mandatos de buscas e apreensões. Dois deles em , na casa do senador e no escritório, na Rua Antônio Maria Coelho.

Em nota, o PT nacional afirmou que “o PT não deve solidariedade a Delcídio”. O PT regional declarou se sentir “desamparado politicamente” em relação a nota da direção nacional.

Estava prevista também para a quarta-feira a substituição de Delcídio como líder do Planalto na Casa, mas a decisão foi prorrogada para aproxima semana, segundo o governo de Dilma Rousseff.