Depois de derrota, sigla ainda dá sinais de desgaste

Mesmo sem ações concretas do Partido dos Trabalhadores, o deputado federal e ex-governador do Estado, José Orcirío Miranda dos Santos, o Zeca do PT, percorre pelo interior do Estado para fortalecer projeto de candidatura à Prefeitura de Campo Grande na eleição do ano que vem. Neste fim de semana, por exemplo, ele passa por Sidrolândia, Jardim e Bela Vista. Tudo para viabilizar o que ele classifica como “sonho”. 

O PT, porém, ainda não demonstrou grande animação para o pleito de 2016. Desde a última disputa, na qual o senador Delcídio do Amaral (PT) foi derrotado no segundo turno para sucessão estadual, a sigla sofreu desgaste. O presidente regional, prefeito de Corumbá Paulo Duarte, chegou a tentar deixar a função na executiva da legenda para dedicar-se integralmente à tentativa de reeleição, mas acabou permanecendo na direção.

A falta de diálogo gerou algumas baixas na cúpula, entre elas a saída do ex-chefe do Executivo de Corumbá, Ruiter Cunha, que migrou ao ninho tucano, maior rival do PT em âmbito nacional. O ex-petista associou sua desfiliação, entre outros fatores, à falta de atenção por parte de lideranças como Delcídio e Duarte com os correligionários.

Zeca concordou com o ex-colega de sigla e ratificou a desunião e falta de atenção por parte do senador e do dirigente regional. Atualmente a atenção de Delcídio está voltada a contornar crise pela qual passa o Governo Federal. Ele é o líder da presidente da República Dilma Rousseff (PT) no Senado. 

Ainda na linha do ‘cada um por si’ está o presidente da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul), Ricardo Ayache, que ganhou destaque no campo político no ano passado quando tentou vaga no Senado. Até então desconhecido pelos eleitores, o médico tende a aproveitar os frutos de 2014 para também tentar candidatura para prefeito da Capital.

Embora não admita que tenha intenções eleitorais, ele está debruçado ao Instituto Diálogo (Instituto e Laboratório de Elaboração de Políticas Públicas, Cidadania e Desenvolvimento Urbano) para debater questões relacionadas à cidade. Nos bastidores alguns garantem que Ayache já procura outra ‘casa’ que esteja apta a lançá-lo à prefeitura.

Na saga petista pelo comando de Campo Grande ainda tem o deputado estadual Pedro Kemp. O parlamentar já disse com todas as letras que está à disposição do partido para disputar o cargo de chefe do Executivo na eleição de 2016. Mas a articulação da cúpula ainda não engrenou. Enquanto isso cada um luta com as armas que tem.