Dois servidores da Receita em Ponta Porã estão envolvidos

O MPF (Ministério Público Federal)  instaurou inquérito em Dourados para apurar responsáveis por empresas fantasmas montadas para esquema que já movimentou R$ 400 milhões desde 2009. A fraude era feita junto à Aduana Brasil-Paraguai. A investigação, batizada como Operação Bumerangue, está na segunda fase e denunciou 10 pessoas por formação de quadrilha e contrabando, entre elas dois servidores públicos da Receita Federal em Ponta Porã, fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

A quadrilha emitia guias de exportação para cargas brasileiras, que tinham como destino cidades paraguaias. Por meio de fraude no Sistema Informatizado da receita Federal (Siscomex), as cargas, a maioria produtos siderúrgicos, eram desviadas para municípios brasileiros, dos estados de São Paulo e Santa Catarina.

Eles também importavam produtos do Paraguai com nota fiscal e documentação brasileiros para sonegar impostos de importação. Tanto que companhias legítimas e fantasmas paraguaias, bem como exportadoras, transportadoras e siderúrgicas brasileiras faziam parte do esquema.

Cabia aos servidores da Receita Federal inserir informações falsas e liberar de caminhões que, na verdade, não estavam nos pátios do órgão fiscalizador. Os acusados tornaram-se réus em ação penal e vão responder pelos delitos de organização criminosa, formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema informatizado público, contrabando e facilitação para o contrabando.