Em pleno ano pré-eleitoral, PT continua rachado e sem planos definidos
Sem diálogo, Zeca tenta sanar crise sozinho
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Sem diálogo, Zeca tenta sanar crise sozinho
Faltando menos de um ano para a efetivação dos candidatos que vão disputar a próxima eleição, o racha interno no PT sul-mato-grossense toma maiores proporções. O deputado federal e ex-governador do Estado, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, por exemplo, continua cumprindo agenda sozinho pelo interior do Estado com objetivo de fortalecer os diretórios e formar chapa pura em todos os municípios. As críticas ao comando regional da cúpula continuam.
Ele diz acreditar que o fim das coligações será aprovado integralmente na reforma política e, segundo ele, diante da inércia da direção regional, decidiu peregrinar pelo interior para dar unidade aos correligionários. “É minha obrigação como parlamentar. Se a direção não faz, eu faço”, disse.
O atual presidente regional é o prefeito de Corumbá, Paulo Duarte. O dirigente tentou deixar a função no ano passado, justamente para investir no projeto de reeleição, mas, sem alternativa para substituí-lo, acabou permanecendo no cargo.
Zeca afirma que sua ação não tem ligação com a regional e, nem sequer, mantém contato com Duarte. Porém a intenção do ex-governador não é só ‘salvar a pátria’ dentro do partido. Mesmo ainda em preparação para 2016, o parlamentar está e olho em uma as duas vagas para senador em 2018. “Claro. Boi lerdo bebe água suja”, brincou. Passando em todas as cidades, ele almeja costurar futura candidatura, fato que pode realçar ainda mais o racha na sigla.
Isso porque as cadeiras que ficarão vagas no Senado hoje pertencem a Waldemir Moka (PMDB) e a Delcídio do Amaral (PT). A rusga entre ele e o colega de partido não é de hoje, sendo uma das principais causas de discórdia entre filiados. Cada um sustenta uma corrente e, com a disputa pela cadeira de senador, tendem a protagonizar concorrência interna porque a legenda terá que batalhar por dois nomes em vez de somar forças para garantir um.
Delcídio perdeu a eleição para governador no ano passado e atualmente desempenha papel de líder da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), no Senado. Já Zeca se debruça ao plano de estancar crise na legenda também pensando na candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência também em 2018. “Temos que driblar esse momento de agressão. As acusações que são feitas agora (na Lava Jato) são como as de 2005 no Mensalão, somente para inviabilizar o Lula”, opinou.
Voltando para 2016, ele defende candidatura própria em todas as cidades. Em Campo Grande aposta nos nomes do deputado estadual, Pedro Kemp, ou do presidente da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul), Ricardo Ayache, para disputar a Prefeitura. “Eu só vou me candidatar se for necessário”, explicou.
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