havia proposto pagar R$ 1 milhão parcelado em cinco vezes

Artistas de Campo Grande não aceitaram a proposta feita pelo prefeito (PP), de parcelar parte do valor cobrado pelo setor da cultura. Uma nova reunião ficou marcada para a próxima segunda-feira (9), dessa com  a participação do Chefe do Executivo e da diretora-presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), Juliana Zorzo (PSC).

Os artistas cobram valores que chegam a R$ 4,1 milhões de atraso no pagamento de cachês e repasses de fundos de ações culturais. A prefeitura se propôs a pagar R$ 1 milhão, dividido em cinco vezes, o que não agradou o setor.

“A proposta que estão fazendo mostra que não entendem nada de cultura. É uma decisão de quem vai passar fome e quem não vai”, afirmou o músico e jornalista Rodrigo Teixeira, um dos presentes na reunião.

O chefe de gabinete de Olarte, e secretário municipal de infraestrutura, Valtemir Brito, o Kako, afirmou que a prefeitura não pode assumir um compromissos e depois não ter dinheiro para cumprir. “Ai sim íamos incorrer em improbidade administrativa”, disse.

Os artistas questionaram também, aos emissários do prefeito, a afirmação da falta de dinheiro no caixa do município, com a contrastante realidade do alto número de servidores comissionados, segundo eles um número superior a 1,3 mil.

A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) explicou que apenas na Fundac são 37 servidores comissionados. “Se demitisse pelo menos 20 já teria uma economia bem grande para investir em cultura”, frisou a parlamentar, apontando que tais demissões poderiam gerar ao menos R$ 1 milhão por ano aos cofres da cultura.

Representantes da cultura reclamaram da ausência da presidente da Fundac e do prefeito na reunião. “Uma vez o prefeito colocou sua mulher para negociar com os artistas”, revelou o ator Anderson Lima.

“A Juliana Zorzo tinha que estar aqui. Porque ela tem que assumir o ônus e o bônus da função”, afirmou o vereador Alex do PT.

Lima também lembrou que recentemente a prefeitura contratou uma empresa com menos de um ano de atividade para trazer uma cantora de outro Estado, “enquanto os artistas daqui que não tem menos de dois anos de trabalho não conseguem fazer inscrição para trabalho nenhum”.

Outro questionamento feito pela classe é a diferença do valor cobrado pelos artistas, R$ 4 milhões, e o oferecido pela prefeitura, R$ 1 milhão. “Em nenhum momento estão falando dos outros R$ 3 milhões. O prefeito sabe tirar foto com o Almir Sater, vai pedir dinheiro para ele”, brincou um dos presentes na reunião.

Enquanto aguardam serem recebidos pelo prefeitos, o movimento cultural da Capital promete se organizar com outras categorias que, segundo eles, também estão insatisfeitas com o administração de Campo Grande, como professores e trabalhadores do transporte público.