A tarifa do transporte coletivo de Campo Grande deveria ter redução a partir do dia 1º de junho e não a partir de segunda-feira. A opinião é do vereador Eduardo Romero (PT do B), que é conhecido por seu engajamento no meio ambiental e de transporte público. Ele conversou com o Midiamax para explicar a forma como funciona o transporte e mobilidade urbana de Campo Grande.

Com duas audiências públicas realizadas este ano na Casa de Leis – uma sobre o transporte público e outra sobre a mobilidade urbana, focada no ciclista –, o vereador, que usa o ônibus para ir ao trabalho uma vez por semana, disse que a causa tem sido defendida e debatida na Câmara.

Para Romero, todos os terminais da cidade são mal cuidados, sofrem com a falta segurança, têm muitas filas nos horários de pico e não possuem profissionais para orientarem os passageiros. Ele também citou que as atuais linhas de tráfego precisam ser readequadas.

“Quem vai do aeroporto até a rodoviária, por exemplo, encontra dificuldade. Nosso serviço é caro e oferece pouca eficiência”, opina o parlamentar afirmando que o modelo atual de transporte não facilita a locomoção do campo-grandense. “Não temos corredores de ônibus, e faltam veículos”.

O vereador lembrou que a medida do prefeito Alcides Bernal (PP) em diminuir R$ 0,10 ma tarifa do transporte atende a MP (Medida Provisória) 617 do Governo Federal, que determinava que a redução começasse a valer no dia 1º de junho e não 1º de julho, como anunciou o prefeito.

“Com a medida entrando em vigor com um mês de atraso, levando em conta a quantidade de usuários, a soma dos R$ 0,10 totaliza cerca de R$ 630 mil que saíram a mais do bolso dos consumidores. Como vamos fazer para devolver esse dinheiro?”, questiona o vereador.

Romero ainda citou o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) sobre a tarifa do transporte, que em Campo Grande custa 5%. “Em outras cidades, esse imposto é de 2%. Se baixasse aqui, a passagem poderia ser reduzida em mais R$ 0,14”, disse lembrando que esse valor poderia ser abdicado dos cofres públicos e não das empresas participantes do consórcio que explora o serviço na Capital.

“Hoje também tem o FMTP (Fundo Municipal do Transporte Público) que é de 0,3%. Ninguém sabe para onde vai esse dinheiro. Hoje as próprias empresas montam suas planilhas de custo e elas não são abertas”, explica.

Sobre a mobilidade urbana, Romero citou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade, que prevê o investimento de R$ 180 milhões em Campo Grande. “São vias de acesso rápido, corredores exclusivos para ônibus, ampliação de ciclovias e alternativas para veículos leves sobre trilhos” que prometem fazer o tráfego fluir na cidade.

Nova audiência pública

Na próxima semana, a Câmara Municipal promete realizar uma nova audiência pública para discutir o transporte público e a mobilidade urbana de Campo Grande. A reunião será marcada de acordo com a necessidade de um grupo de manifestantes que pedem a melhoria do setor.

“Essa audiência será muito importante para podermos avaliar as audiências públicas anteriores e discutirmos novos olhares sobre os questionamentos. Como desta vez a solicitação partiu dos movimentos sociais, o caminho é ficar em contato com eles para acertarmos mais na política pública”, finaliza o vereador.