Em busca de uma eleição limpa, o ex-governador Zeca do PT e os deputados estaduais (PP) e Cabo Almi (PT) foram, na tarde desta terça-feira (28), ao Ministério Público Estadual (MPE). Eles cobraram atuação mais firme do órgão e os procuradores prometeram participação ativa na fiscalização da campanha.

Primeiro a se manifestar, Zeca pediu o fim do “esquema perverso da grana e da chantagem do terror”. A reivindicação leva em consideração a pressão em torno dos servidores para votar nos candidatos governistas e a distribuição de panfletos contra Bernal, candidato a prefeito de Campo Grande.

“Contra mim, até denúncia de papel higiênico aceitavam e, agora, fazemos papel de palhaço porque nada acontece contra os poderosos”, desabafou o ex-governador. Segundo o petista, o boletim que ataca a honra de Bernal é cópia de material feito contra ele na campanha eleitoral de 1996, quando enfrentou Puccinelli pelo comando da prefeitura da Capital.

Bernal reforçou o pedido e indicou que apenas aos governistas “interessa” panfleto atacando sua honra. “Não somos burros, todos sabem quem fez isso”, comentou. “Na hora de meter multa contra mim a Justiça funciona e para eles nada?”, questionou em tom de cobrança.

Ele ainda falou da sua indignação por conta da distribuição dos panfletos. “Sou candidato, sei da minha responsabilidade, mas não posso deixar de cuidar da minha honra, da minha vida”, frisou. “Me chamaram de bêbado e faz 16 anos que não coloco uma gota de álcool na minha boca”, acrescentou.

Em nome do MPE, o procurador-geral de Justiça Humberto de Matos Brittes disse que os políticos “vieram à casa certa”. “Vamos agir com imparcialidade e equilíbrio”, prometeu. O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Eleitorais, Edgar Miranda, acrescentou que o “MPE está preparado para garantir ficha limpa e moralidade nas eleições”.

Ele, no entanto, frisou não poder agir em relação à distribuição dos panfletos. “A investigação cabe à Polícia Federal e não podemos dizer que foi o Giroto (candidato a prefeito pelo PMDB) sem provas”, ponderou.

Miranda destacou ainda que sobre a denúncia de coação de servidores por parte do governador André Puccinelli (PMDB) todas as medidas foram tomadas. “Já existem três pedidos de processos e o MPE não precisa entrar com uma quarta ação, perderia o objeto”, ressaltou.

Desanimado com as respostas, Zeca deixou a reunião na metade. “O encaminhamento das coisas leva a gente a desacreditar na Justiça”, alegou. Para ele, o MPE deveria pedir a prisão de alguns governistas. “Tem que ir lá e prender”, pediu.

Miranda reforçou a necessidade de provas. “Temos limitações”, emendou Brittes. Para finalizar, os procuradores se colocaram à disposição de Bernal e Almi e reforçaram empenho na fiscalização das eleições.