O presidente do PSD tem nova avaliação sobre o desfecho da eleição para prefeito de Campo Grande, onde via grandes chances da oposição vencer em segundo turno

Dois políticos do mais alto escalão do poder no estado saem para pescar durante um final de semana inteiro, no rancho Paraiso, às margens do rio Piquiri, a 480 quilômetros de Campo Grande, acompanhados do proprietário, que também é candidato anunciado a prefeito da capital, como presidente do PSD, o Partido Social Democrático.

Chegaram ao aeroporto no veiculo do candidato, viajaram em seu avião, pescaram em seu rancho, e fizeram o mesmo trajeto de volta. No entanto, na pescaria promovida por Antônio João, o candidato, com o governador Puccinelli e o prefeito Nelson Trad, ninguém falou de política e eleição em Campo Grande. É o que afirmam os três pescadores.

Mas, apesar disso, ao pisar no solo de Campo Grande no final da tarde deste domingo, Antônio João fez uma revelação que muda sua análise do curso da eleição para prefeito da capital.

Pelo que tinha dito até ontem, o candidato do PSD acreditava que as oposições iriam derrotar o candidato do governador, o deputado Edson Giroto, e que haveria segundo turno. Essa convicção foi estampada em declarações do candidato do PSD em seu próprio jornal, como a entrevista da edição do último dia 26 de fevereiro.

Segundo o jornal, textualmente, Antônio João “acredita na força da união das oposições e aposta na mudança de comportamento do eleitor, de não tolerar mais a “roubalheira” nos cofres públicos”.

Ainda segundo a reportagem, “o presidente do PSD acha que o combate à corrupção vai ter efeito devastador nas urnas, como o veto aos candidatos processados (não condenados) por improbidade administrativa ou qualquer outro crime de desvio de dinheiro de recursos públicos. O candidato ainda acreditava que estaria no segundo turnos das eleições”, diz o texto da matéria.

Na volta da pescaria, Antônio João tinha uma nova visão do processos eleitoral. Confira a entrevista, gravada.

Reportagem – O Sr. tem se manifestado em oposição ao candidato do governador…

AJ – Continuo.

Reportagem – Mas, e essas conversas todas, quando vão pescar?

AJ- Nós não falamos de política. As pessoas não entendem, a condição nossa para pescar é não discutir política, se falar, aí vira entrevero. Então, nós não falamos de política. Aliás, se alguma coisa nós falamos de política, foi do Russomano e do Chalita, em São Paulo, e do Serra.

Reportagem – E o Sr. continua candidato?

AJ – Sou candidato, só não vou ser se morrer.

Reportagem – E segundo turno?

AJ – Não vai ter segundo turno, não vai ter.

O candidato não revelou quem, na opinião dele, vencerá a eleição em primeiro turno na capital.