A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio decidiu investigar o sumiço do menino Juan, de 11 anos, durante uma operação da Polícia Militar em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Na ação, três policiais do 20º BPM (Mesquita) trocaram tiros com um suposto traficante, que morreu.

Os PMs que participaram da operação contaram na 56ª DP (Comendador Soares) que não viram Juan, apenas o irmão dele, que foi atingido por duas balas perdidas, no ombro e na perna.

“Segundo a mãe deles, o Wesley, que foi o menino baleado de 14 anos, disse que viu o irmão baleado na localidade, mas segundo os policiais militares, eles não viram o Juan”, afirmou o delegado Rafael Ferrão.

Wesley, de 14 anos, está internado no hospital. Segundo os médicos, o estado de saúde dele é estável, e o garoto não corre risco de morrer. A Comissão de Direitos Humanos pediu à Polícia Civil proteção para o irmão, que atua como testemunha no caso.

A Polícia Civil informou que concordou com o pedido e vai conceder proteção ao adolescente. Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) passaram a noite no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, onde ele está internado.

“O mais importante neste momento é garantir proteção ao menino de 14 anos, que foi testemunha do caso e está no Hospital de Saracuruna. É inadmissível uma situação como esta. A Polícia Militar tem que dar resposta, a Corregedoria tem que entrar no caso e a Comissão de Direitos Humanos vai acompanhar passo a passo”, afirmou o deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da comissão.

“As evidências mostram que a ação da Polícia Militar é responsável pelo tiro que atingiu essa criança de 11 anos e pelo seu desaparecimento. É urgente que a Polícia Militar dê resposta a esse caso”, afirmou Freixo.

Três policiais militares que participaram da operação já prestaram depoimento na delegacia. “Eles serão ouvidos novamente, serão arroladas testemunhas presenciais para a elucidação desse fato”, disse o delegado. O comando do batalhão dos policiais informou que vai apurar o caso. Enquanto isso, a família espera uma resposta. “Estou procurando, morto ou vivo, tenho que ver meu filho”, afirmou o pai do menino.

A Polícia Militar informou que não vai comentar as declarações da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, e disse que a Corregedoria da PM ainda não está no caso.