Reunião política convocada pelo governador Puccinelli é considerada “golpe” contra a categoria, segundo Sindicato dos Agentes de Segurança Patrimonial Pública de Mato Grosso do Sul

A reunião política mantida ontem (25) cedo pelo governador André Puccinelli, do PMDB, candidato à reeleição com os agentes de segurança patrimonial pública estadual, foi tida como um “golpe” contra a categoria, segundo o presidente do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Patrimonial Pública) de Mato Grosso do Sul, Geraldo Celestino de Carvalho.

Ao menos 160 pessoas participaram do ato político, segundo seus organizadores. Eles foram convidados para a reunião por meio de cartas, telefonemas e pessoalmente, segundo o sindicato. Ao menos 90% dos 880 agentes patrimoniais, todos concursados, são filiados ao Sindasp.

Puccinelli e membros da coligação “Amor, Trabalho e Fé”, pediriam votos dos servidores e prometeu para março do ano que vem uma audiência onde ele deve tratar de reajustes salariais com agentes.

“O que ele [Puccinelli] não fez em quase quatro anos anunciou agora, justamente no período eleitoral, por que será?”, questionou o sindicalista.

A relação de Puccinelli com o Sindasp, segundo Carvalho, azedou desde o início do mandato do peemedebista. “Em 2007, ele [governador] chamou os agentes de vadios. Ele disse que o agente trabalhava 12 horas e vadiava as outras 48 horas, essa declaração está escrita no jornal O Estado. Pedimos a ele uma retratação pelo dito, mas dali em diante nunca mais conversou com a gente”.

No encontro político de hoje, realizado no auditório do Sindicato Rural de Campo Grande, Puccinelli disse que o Sindasp nunca o procurou para tratar de salário desde que assumiu o governo. No discurso, ele pediu aos servidores que crie uma comissão de no máximo cinco agentes para, a partir de março, marcar uma reunião com ele.

A ideia do governador, segundo o sindicalista, é o mesmo que “atropelar a legalidade, atropelar o sindicato”. Carvalho afirmou que criar uma comissão é uma medida concordada por ele, desde que o sindicato participe das decisões.

“O que o Puccinelli quer é fragilizar a categoria, o sindicato, apenas isso. Tentamos várias vezes conversar com o governador de 2007 para cá, enviamos ofícios, mas nunca fomos atendidos, conversávamos apenas com seus subordinados. O que ele quer mesmo é voto, só isso”, afirmou.

Na reunião o governador afirmou ainda que o sindicato tentou boicotar o ato conduzido por ele ao tentar convencer os agentes a não participar do evento. Já o sindicalista, disse que o sindicato mandou comunicados aos filiados dizendo que o ato político não era uma iniciativa da entidade.

O sindicato pede reajuste salarial, curso de qualificação profissional e o concurso público.

Acompanharam Puccinelli o evento político os candidatos Waldemir Moka (Senado), Edson Girotto (deputado federal) e Carlos Marum (deputado estadual), também pediram votos aos agentes.