O vice-prefeito renunciou à candidatura como primeiro suplente de senador por divergências com Puccinelli, segundo assessores. Murilo minimizou efeitos da decisão e disse que problema é “crise aberta no PMDB”

O vice-governador Murilo Zauith (DEM) candidato ao Senado foi sucinto, nesta manhã, ao falar sobre a desistência de seu primeiro-suplente, o vice-prefeito de Campo Grande, (PMDB) anunciada ontem. “Isso é um problema dele [Edil] com o PMDB. Não é problema meu. Era um excelente companheiro. Se dependesse de mim, ele continuaria”, disse o vice-governador por telefone.

Murilo se recusou a admitir que a desistência de Edil afete sua candidatura ao Senado. “Essa crise foi aberta no PMDB (…) Eu continuo fazendo campanha normalmente”, garante. O candidato ao Senado também não respondeu se já tem outro nome em vista para substituir Murilo na chapa. “Não adianta tentar tirar isso de mim. Falem com o PMDB ou com o Edil”, apelou o vice-governador deixando transparecer irritação com o assunto.

Edil abandonou a campanha de Murilo devido a divergências com o governador André Puccinelli (PMDB). Ele avalia, segundo fontes, que o governador não tem se empenhado na campanha de Murilo permitindo que o senador Delcídio do Amaral (PT) e o deputado federal Waldemir Moka (PMDB) se consolidem como os dois nomes com mais chances de eleição para o Senado e, portanto, excluindo Murilo.

O vice-prefeito já havia desistido da suplência em junho e até rompido com o governador por suspeitar que Murilo não teria ajuda do governador na disputa. Na ocasião, Edil chegou a romper com Puccinelli, mas semanas depois foi convencido a continuar na suplência.

Edil foi uma indicação do prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB) e dos vereadores da base aliada para a suplência de Murilo. O vice-governador cobrava do PMDB a indicação de um nome de Campo Grande e ligado ao grupo de Puccinelli ou de Nelsinho para concorrer ao Senado na chapa do governador.