O Ministério Público investiga aplicação de R$ 12,6 milhões desde 1996 até a era PT

Os casos de desvio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) não envolvem apenas o atual governo. Desde 1996, ainda na administração do ex-governador Wilson Barbosa Martins (PMDB), até ano passado, as investigações do Ministério Público Federal e da auditoria do Ministério do Trabalho colocaram sob suspeita a aplicação de R$ 12,6 milhões do (FAT).

A quantia foi repassada pelas administrações estaduais a entidades, como sindicato e associações, além de órgãos públicos com a finalizada de realização de cursos de capacitação profissional.

A suspeita recai até sobre o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul. Em agosto passado, a Procuradoria Regional da República entrou com uma ação contra conselheiros acusados pelo desvio de R$ 402,5 mil repassados em 1997 e 1998 para treinamento dos servidores do Tribunal.

Junto com as suspeitas de desvios estão contestações mais técnicas. Durante avaliação dos projetos realizados em 1996, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) constatou que nos cursos profissionalizantes para telefonistas os alunos “utilizam como telefone uma abobrinha ante a inexistência de equipamento”.

Naquele ano e em 1997, a Procuradoria da República calcula que pelo menos R$ 3,7 milhões foram aplicados sem trazer resultado. O caso ainda está na Justiça Federal. “Maioria das máquinas era obsoleta e já não é mais utilizadas em lugar nenhum”, acrescenta o relatório da UFMS.

O caso mais recente de desperdício de dinheiro público envolvendo o FAT se refere aos anos de 1999 e 2000, já na administração do governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Desta vez os indícios de irregularidade foram apontados por auditores do Ministério do Trabalho envolvendo uma soma de R$ 220 mil, mas fala-se que má aplicação se estendeu à totalidade de R$ 4,8 milhões repassados durante aqueles anos.