Elas foram projetadas para dar mais fluidez ao dia a dia do campo-grandense, mas quem trafega por vias como Avenida Mato Grosso, Duque de Caxias, Afonso Pena, Calógeras e tantas outras em horários de pico, vive um verdadeiro atraso na rotina.
A Capital Morena tem quase 700 mil automóveis em circulação, sendo que pelo menos 191 mil são motocicletas e cerca de 425 são automóveis. Os dados são do Detran-MS.
O motorista de aplicativo Elias Cardoso, 55, diz que diariamente vê o retrato da imprudência comprometendo a mobilidade do trânsito em Campo Grande. “Você está na via rápida, ai encontra um cara mexendo no celular, sem nem se preocupar com quem tá lá atrás. E se você buzinar, ainda acha ruim”, afirma.
Ele destaca que além do impacto financeiro na rotina como profissional de carona remunerada, ele vê esse tipo de conduta afetar especialmente aqueles que dependem das faixas de rolagem mais ágeis, como ambulâncias.
O motociclista Wagner de Souza Gama, 38, vai além: ele sugere a criação de uma normativa que obrigue a reciclagem de condutores anualmente. Ele acredita que só assim os motoristas e motociclistas terão melhor comportamento nas vias da Capital.
“Precisava elaborar uma portaria que, pelo menos de um ano a um ano e meio, o povo fizesse aqui uma reciclagem de educação no trânsito, de direção defensiva, porque infelizmente o campo-grandense deixa a desejar. O trânsito, por exemplo, ele é muito complexo né? Mas aqui só falta mais consciência, educação e humildade”, disse.
Segundo ele, o trânsito em Campo Grande é perigoso e violento, e atribui essa realidade ao comportamento das pessoas. “O pessoal muitas vezes acelera pra você não entrar. Isso, infelizmente, é egoísmo”, exemplifica.
O instrutor de trânsito Agnaldo Aparecido Jacob, 50, orienta os condutores para uma melhor organização do trânsito na Capital. Ele destaca que as faixas ideais para tráfego contínuo é ao centro e à direita. Faixa da esquerda, considerada a faixa de velocidade, é na verdade alternativa de conversão ou ultrapassagem.
“A faixa da esquerda, ela serve para conversão à esquerda e ultrapassagem à esquerda. Na verdade, nós não temos uma faixa de velocidade mais rápida aqui em Campo Grande. A maioria das vias são arteriais, de velocidade máxima a 60, 50 por hora. Então, na verdade, você tem que andar na velocidade que a via te permite andar, né? E a da esquerda é para ultrapassagem e conversão à esquerda”, reforça.
O que diz a Agetran?
A reportagem buscou a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) para entender as principais causas da lentidão nas vias que deveriam ser referência em fluidez de tráfego na Capital, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.
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