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Trânsito

‘Tinha muita pressa’, diz passageira sobre motorista indiciado por acidente que matou dois na BR-262 

Motorista foi indiciado pela Polícia Civil após ser ouvido na delegacia
Lívia Bezerra, Thatiana Melo -
acidente
Acidente mobilizou Bombeiros, Polícia Civil, PRF e até a aeronave Harpia 03 da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo da Sejusp. (Foto: Reprodução, Polícia Civil)

O relato de uma passageira do ônibus envolvido no acidente que terminou com a morte de uma médica e um idoso, na BR-262, em , diz que o motorista estaria atrasado durante a na manhã de domingo (15). Uma menina de 6 anos foi socorrida em estado grave e está internada na Santa Casa de Campo Grande.

Devido ao acidente, a médica Andrezza das Neves Felski, de 27 anos, e o idoso Marcelino Florentino Filho, de 84, faleceram no local. A criança, que ficou gravemente ferida, foi transferida em um helicóptero em vaga zero para Campo Grande. A medida foi necessária em razão de um ferro estar transpassando região próxima ao abdômen da criança.

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E na tarde desta segunda-feira (16), uma das passageiras do ônibus relatou os momentos de tensão e desespero vivenciados no momento do acidente. Ao Jornal Midiamax, a bióloga Aléxia Murgi, de 25 anos, que estava na quarta fileira de poltronas, contou que o acidente ocorreu às 6 horas da manhã, horário em que todos os passageiros estavam dormindo.

Para ela e outros passageiros, o motorista estaria com pressa por estar atrasado. “Nós acreditamos que o motorista tinha muita pressa por estar atrasado, já que nesse horário ele deveria estar chegando em Corumbá. Não sei porque atrasou, enquanto nossos colegas chegaram hoje às 2h30 da manhã em , quando nós viajamos no domingo passamos por Miranda eram 3h40 da manhã”, explicou.

Sobre o acidente entre o ônibus e o caminhão, a bióloga falou que ouviu um barulho de batida, mas com impacto leve. Segundos depois, ela ouviu a criança de 6 anos, que estava no banco à sua frente, gritar.

“Uns segundos depois a criança que estava na nossa frente começou a gritar e a minha colega ao meu lado que também foi ferida sentiu que a perna dela tinha sido atingida. Quando eu vi, era o joelho direito dela e aí que fomos ver a barra e entender tudo”, relatou a passageira.

Motorista não prestou socorro, diz passageira

Ao se deparar com a cena, a bióloga falou que ficou ao lado da colega, mas depois conversou com os outros passageiros sobre o comportamento do motorista do ônibus. “Depois, conversando com os outros passageiros, eles me disseram que o motorista saiu do ônibus perguntando se ele seria preso”, falou.

Ainda conforme a passageira, geralmente são dois motoristas que ocupam o ônibus naquele trecho e horário, porém, no domingo (15), havia somente um. Ela alega também que o motorista não falou com os passageiros.

“Ele não subiu para prestar socorro para nós. Em nenhum momento ele subiu para falar conosco, ele ficou preocupado em ir conversar com o motorista do caminhão”, afirmou a bióloga.

Outro ponto mencionado pela passageira sobre o acidente é que não houve falha na pista, como noticiado anteriormente. Inclusive, o motorista foi indiciado pela polícia após imagens de câmeras de segurança comprovarem que ele invadiu a contramão de direção.

“O motorista do caminhão contou aos outros passageiros que ele deu luz alta e que era para o nosso motorista não ir. Não houve falha na pista, onde estávamos não tinha irregularidade como as ondulações que tem mais a frente”, relatou.

Também, a bióloga diz que não sabe se o que ocorreu com o motorista para ocasionar o acidente. “Não sabemos se nosso motorista dormiu ou tentou ultrapassar, se tivesse dormido, teríamos caído na vazante lateral da pista, onde tinha água”, opinou.

Criança terá que amputar a perna

Em seu relato, a bióloga comentou que, como não havia sinal na rodovia, ‘por sorte’ uma equipe da PRF (Polícia Rodoviária Federal) estava de passagem pela BR-262 às 6h40. Neste momento, os policiais subiram no veículo para ver o estado de saúde dos passageiros.

Segundo a bióloga, outra médica estava entre os passageiros e prestou os primeiros socorros à criança, de 6 anos. Ela disse à reportagem que soube que a menor precisará amputar a perna direita. “Fiquei sabendo que após a cirurgia de remoção das ferragens aqui em Corumbá, ela foi para Campo Grande e vai ter que amputar a perna direita. Por um milagre a barra não atingiu nenhum órgão vital, mas impediu a circulação de sangue para a perna”, revelou.

Já sobre a colega que teve o joelho ferido precisou passar por cirurgia de 3 a 4 horas de duração e está em observação no CTI (Centro de Terapia Intensiva).

‘Nenhuma ajuda’, diz bióloga sobre empresa responsável pelo ônibus

Por fim, além do motorista não ter prestado socorro aos passageiros, a bióloga diz que não recebeu nenhum suporte da empresa responsável pelo ônibus. Ela revelou que está em um reservado por sua empresa de trabalho.

“Não prestaram nenhuma ajuda, não entraram em contato conosco, com ninguém”, falou.

O Jornal Midiamax acionou a empresa responsável pelo ônibus acerca do acidente, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para manifestações futuras.

Motorista foi indiciado pela Polícia Civil

Após o acidente, a equipe da 1ª DP (Delegacia de Polícia Civil) de Corumbá foi ao local e passou a investigar os fatos. Os motoristas do caminhão e do ônibus prestaram depoimento na delegacia e a polícia também analisou imagens de câmeras de segurança.

Durante a análise, ficou comprovado que o motorista do ônibus invadiu a contramão de direção e bateu de frente com o caminhão, que transitava no sentido contrário. Diante disso, ele foi indiciado por homicídio culposo na direção de veículo automotor e lesão corporal culposa, ambos previstos no Código de Trânsito Brasileiro, em concurso formal, considerando que o fato ocorreu no exercício da atividade profissional de transporte de passageiros.

Segundo a Polícia Civil, com agravantes legais e a causa de aumento prevista pela prática do crime no exercício da profissão, a pena máxima prevista pode chegar a nove anos de detenção, além da suspensão ou proibição do direito de dirigir.

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