Acionamento de dedo indicador seria a solução para o caso.

   A morte do militar do Exército Francisco Pereira Colraues, de 24 anos, ocorrida na noite desta quinta-feira acendeu a luz de alerta sobre antigo problema que afeta milhares de pessoas que transitam diariamente pela Avenida Guaicurus em . Francisco sofreu um acidente quando trafegava com uma moto Biz e ficou vários dias internado em estado grave no Hospital Santa Rita. Na madrugada do dia 4 de maio o militar teria perdido o controle da motocicleta sendo arremessado por trinta metros numa rotatória próxima à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, conforme informações da polícia.

         A avenida que liga a cidade de Dourados aos campus das Universidades Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) foi duplicada e iluminada pelo Governo do Estado. As obras foram concluídas no ano passado, mas os problemas continuaram chegando ao ponto da via ganhar o nome de “Avenida da Morte”.

         A falta de iluminação tem sido colocada como a grande causadora de acidentes com mortes na avenida que dá acesso também a dois quartéis do Exército, ao Aeroporto Francisco de Matos Pereira e aos distritos de Picadinha e Itahum.

         O servidor público Franz Maciel Mendes, presidente da Comissão Pró-duplicação da Avenida Guaicurus afirmou que a responsabilidade pela iluminação pública da via vem sendo discutida na Justiça desde que as obras de duplicação foram entregues pelo Governo do Estado à Prefeitura de Dourados em outubro de 2015.

         Uma ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público Estadual recomendando a realização de reparos na rede de iluminação. A Prefeitura e o Governo do estado chegaram a um acordo sobre quem é o responsável pela manutenção da iluminação e agora resta apenas uma decisão judicial.

         O presidente da Comissão afirmou que a iluminação da Avenida Guaicurus transformou-se numa “criança sem pai”. Nem Governo do Estado e muito menos a Prefeitura quiserem assumir a solução do problema. Conforme a ação civil pública o então prefeito Murilo Zauith (PSB) se negou a receber a obra do Governo do Estado que acabou entregando a iluminação à municipalidade através de oficio protocolado na Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR).

         Depois disso, segundo Franz Mendes 80% dos 12 quilômetros da Avenida Guaicurus ficou no escuro simplesmente por falta de manutenção da rede. Acontece que as empresas e demais consumidores de energia elétrica que estão pagando a taxa de iluminação pública, a camada COSIP. “Este dinheiro arrecadado aos cofres da Prefeitura seria suficiente para garantir os custos da manutenção da rede”, disse o presidente da Comissão.

         Franz acrescentou que a cada mil metros existem um disjuntor que se desarma automaticamente quando há sobrecarga de energia elétrica. E a tal manutenção, segundo Franz consiste apenas em passar um eletricista e religar os disjuntores espalhados ao longo da avenida.

“Este pequeno detalhe que consiste apenas em por o dedo indicador num pino e religar a rede é o grande gargalo na manutenção da iluminação que pode ser a causadora dos acidentes”, finalizou o servidor.