Com a reconstituição da morte do ciclista Alisson Cristian Valter Bueno, de 16 anos, na tarde desta sexta-feira (11), a Polícia Civil irá determinar se o advogado Ciliomar Maques Filho, 27 anos teve algum tipo de culpa na morte do ciclista ou se o acidente era inevitável, por conta de uma manobra arriscada do adolescente.

De acordo com o delegado Dmitri Érik Palermo, da 3ª DP de Campo Grande, o trabalho da perícia teve por objetivo, determinar a dinâmica do acidente. “É um trabalho de grande importância. Com os laudos dos peritos e os depoimentos é que poderemos nos aproximar do que realmente aconteceu”, diz.

Palermo avalia que os depoimentos das testemunhas se completam que não há grandes divergências sobre como o acidente teria acontecido. O delegado diz ainda que há indícios de falta de atenção por parte do ciclista. Caso seja comprovado que o ciclista morreu por conta de uma manobra imprudente e que o advogado não poderia ter evitado o acidente, Ciliomar irá responder por evasão do local de acidente de trânsito e será avaliado a possibilidade dele também responder por omissão de socorro.

Sobre a possibilidade do condutor do carro estar embriagado, o delegado explica que caso seja comprovado que a morte do ciclista não aconteceu por culpa do advogado, o fato dele estar ou não embriagado, não irá alterar a responsabilização dele, apenas por evasão do local de acidente de trânsito.

O perito criminal Amilcar da Serra e Silva diz que com as versões das testemunhas sobre o acidente convergem e que com a reconstituição foi possível tirar dúvidas, realizar medidas, analisar por quantos metros o corpo foi carregado pelo carro, e que os dados servirão para elaboração de cálculos que irão apurar se o acidente poderia ter sido evitado de alguma forma ou não.

Acidente – O ciclista foi atropelado por um Peugeot 307 na noite do dia 15 de março, na alça de acesso da rua Ceará à avenida Afonso Pena. Alisson teve traumatismo craniano e morreu no local. Uma testemunha, que passava pelo local e presenciou o acidente, viu quando o motorista não prestou socorro e fugiu.

O rapaz seguiu o Peugeot até a altura do Nova Cap, dando luz alta. Questionada pela testemunha sobre o acidente, o motorista disse que viu o que tinha feito, mas que “não poderia fazer nada, e que tinha que fugir do flagrante, pois era advogado”. Além disso, ele admitiu que havia ingerido bebida alcoólica.

A testemunha e os amigos dela, que estavam no mesmo carro, foram os que acionaram o Corpo de Bombeiros pelo 193 do Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) e informou sobre o acidente.

Alisson saía da churrascaria, onde trabalhava, e seguia para casa. Os pais dele só descobriram a morte do filho, ao procurar uma delegacia na manhã do dia seguinte, para registrar o boletim de ocorrência de desaparecimento.